No passado sábado, dia 29 de abril, pelas 09h30 da manhã, realizou-se no Seminário de Lamego, uma ação de formação sobre Património Religioso e Arte Sacra, promovida pelo Departamento para os Bens Culturais, Patrimoniais e Arte Sacra da nossa Diocese.
Destinada a sacristães, zeladores, comissões fabriqueiras, irmandades, comissões de capelas, e demais pessoas envolvidas no arranjo e manutenção das igrejas e capelas, esta ação de formação reuniu párocos e leigos das paróquias do Arciprestado Lamego.
A sessão iniciou-se com a intervenção do diretor do Departamento, Cónego João Carlos Morgado que, começando por afirmar as responsabilidades das comunidades cristãs na promoção da arte religiosa, referiu que deve ser preocupação de todos a implementação de uma dinâmica de atuação concertada no sentido da preservação desse legado. Abordou também a questão do zelo pelo património religioso e a necessidade de se respeitarem as normas estabelecidas pela Igreja, nomeadamente no que ao restauro se refere. Falou também do património como instrumento de evangelização, para terminar referindo-se à necessidade de tender-se para a sobriedade na ornamentação do espaço litúrgico e sagrado.
Seguiu-se a intervenção da Drª. Ana Carla Roçado, também da equipa do referido Departamento, que abordou, essencialmente, aspetos práticos ligados à conservação e ao restauro. Analisaram-se diferentes atitudes comuns no dia-a-dia para com o património religioso que dificultam a conservação do mesmo: procedimentos desadequados, causadores de intervenções danosas, levadas a cabo por pessoas sem qualificação, por vezes de formação autodidata, em atos de amadorismo apartados de qualquer normativo que, entroncando, muitas das vezes, numa autonomia local especialmente nociva, assentam, por outro, na ausência de acompanhamento técnico apropriado. A formação desadequada em matéria de conservação preventiva, é outro dos grandes obstáculos a circunscrever, pois verifica-se que há uma reduzida sensibilidade para a importância do património e é notória a ausência de uma real consciência do seu valor, provocando, não raras vezes, a incompreensão da própria intervenção de restauro.
Terminadas as intervenções, seguiu-se um espaço de diálogo para quem pretendesse colocar questões.
Com esta ação de formação, particularmente dirigida ao Arciprestado de Lamego, o Departamento para os Bens Culturais, Patrimoniais e Arte Sacra da Diocese de Lamego cumpriu a sua missão de favorecer a formação e a consolidação de uma cultura de proteção dos bens culturais junto das respetivas comunidades paroquiais, contribuindo para que sejam adotadas estratégias de atuação e de intervenção com qualidade e valorativas do património cultural.
Eduardo Seixas, in Voz de Lamego, ano 93/24, n.º 4704, 3 de maio 2023
