Na manhã de sábado, 10 de fevereiro, no auditório do centro paroquial da Paróquia de São Pedro, Castro Daire, perante a presença de padres, consagrados e leigos do ARCIPRESTADO DE CASTRO DAIRE E VILA NOVA DE PAIVA, foi apresentada, por Sua Excelência D. António Couto, bispo de Lamego, a Carta Pastoral, sob o lema: "Recolhei os pedaços que sobraram" João 6-12, um documento orientador para a atividade da diocese de Lamego para o ano 2023-2024, acompanhada pelo calendário das atividades da diocese para o mesmo ano, tendo sido um exemplar a todos os presentes.Coube ao Rev. Pe. Diamantino José Alvaíde Duarte, coordenador da pastoral da diocese, abrir a sessão, agradecendo a presença de D. António Couto pela disponibilidade para a apresentação dos dois documentos, Plano e Carta Pastoral, referindo também que era a terceira vez durante este ano e em locais diferentes que se estava a realizar este evento, procurando desta forma chegar a um número mais alargado de pessoas do que tem sido habitualmente conseguido. Agradeceu também a presença dos colegas sacerdotes, deixando também uma palavra de gratidão a todos os presentes pelo facto de numa manhã de chuva e frio terem a coragem de sair de suas casas para assistir ao evento anunciado, passando de imediato a palavra a D. António Couto, que resumiu maravilhosamente o documento (para ler), ao dar uma catequese sobre a Palavra de Deus recolhida na Escritura Santa e como a mesma influencia a vida de cada um de nós, de cada grupo, de cada comunidade.
Como resumiu D. António Couto o documento dirigido à sua diocese:
Em primeiro lugar referiu que o ano pastoral iniciado em outubro já vai a meio, mas o mais importante do documento agora apresentado é não perdermos as referências, como de qualquer outro documento por si redigido para orientar as nossas carreiras, que é, sem dúvida, sempre à volta de Jesus Cristo.
Começou por fazer referência ao grande acontecimento do ano – A JMJ, como memória viva, sublinhando os vários momentos e experiências enriquecedoras que o evento proporcionou – o movimento à volta dos símbolos: a cruz e o ícone de Maria, a partilha com outras culturas e pessoas de outros países, mas que pareciam falar a mesma língua, porque havia um hífen que nos unia – Jesus Cristo, referindo que a Sagrada Escritura e Jesus Cristo não são explicativos mas testemunhais.
- Vem e vê! Não tenhas medo, procura a Verdade - Jesus Cristo - limpa as dúvidas que te causam cegueira. "É também nesse sentido que o Ressuscitado mostra aos seus discípulos as mãos e os pés (Lucas 24-40), mostra as mãos e o lado (João 20-20)... Assim, a Palavra, se enraíza em Jesus Cristo, água viva e pão vivo, que sacia e não se esgota nem seca. Aquele que vê, bebe dessa água e se alimenta desse pão dará testemunho. Por isso, a presença constante de testemunhas (mártires) na retórica bíblica que validam todos os acontecimentos através do testemunho (martírio), isto é, dar testemunho, mais do que ensinar, é dar-se, é dar a vida. E dar a vida é dar o tempo, a saúde, a energia, etc.”
Dar testemunho, não demonstra, mas mostra tudo aquilo que transforma as nossas vidas, o que se passa dentro de cada um de nós e não é fotografável.
Por isso, devemos estar atentos aos diferentes sinais, que nos põem à prova, que nos testam. Não devemos centrar a nossa atenção apenas no significante, mas no significado experimentado dos mesmos sinais – os pedaços que sobraram, sobram sempre, porque a Palavra não se esgota nunca. Deus vem de Deus.
“Abre meus olhos, meu Senhor, e verei o dia,
Visitação do sol, ó Luz, ilumina a vida.
Guia-me pela mão, sê a lâmpada dos meus pés,
Que em tudo vacilam.
Abre meus olhos, meu Senhor, ao rumor do Nome.
Que eu caminhe para ti, sem olhar vendado.
Venha a fé desatar os meus olhos e os meus pés,
E verei o Rosto”
Frei José Augusto Mourão, o.p.
António Pereira, in Voz de Lamego, ano 94/14, n.º 4742, de 14 de fevereiro de 2024.