Esta formação decorreu no dia 2 de março e foi orientada pelos Padres Miguel Peixoto e Diamantino Alvaíde, Coordenador Diocesano da Pastoral. Numa primeira parte o Padre Miguel fez a apresentação da temática e, na segunda, o Padre Diamantino recordou e concretizou alguns aspectos importantes a ter em conta na missão do MEC.
Relativamente ao tema: Quem nunca se sentiu frágil? Quem nunca esteve doente? Quem nunca precisou duma palavra de conforto? Duma mão amiga? Como seres humanos todos passamos por momentos de sofrimento seja por motivos de doença, idade avançada ou outros. Neste sentido o Padre Miguel referiu: «A humanidade, por mais que deseje mostrar o contrário, está sempre marcada pela fragilidade.»
Como é desafiante para a Igreja perceber a urgência do mandato do Senhor: «IDE!» A Igreja assume esta missão com alegria e torna-se presente, próxima e acolhedora levando uma palavra de conforto e de esperança e, no caso dos MEC, levando o grande tesouro que é o próprio Senhor aos que, por maior fragilidade, estão impossibilitados de participar no Sacramento da Eucaristia.
Desta formação é importante realçar, particularmente, o 2º ponto da reflexão que diz respeito à identidade do MEC: Um tesouro em nossas mãos – a identidade do MEC e que o Padre Miguel sintetizou em 5 aspectos:
1º - Um cristão consciente (não é perfeito porque a perfeição só existe em Deus)
O cristão é chamado à perfeição. «Sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai celeste» (Mt 5, 48). Este é um ideal muito exigente. Não somos perfeitos! Como afirmou o Padre Miguel, o MEC «parte também da realidade de um cristão que é consciente da missão que tem e da vida que procura levar, reconhecendo desde logo que nenhum de nós é perfeito, pois a perfeição só em Deus habita.»
2º - Um cristão que sabe fazer a transparência de Deus
Duma forma muito bela, o Padre Miguel afirmou: «É assim que a fragilidade nos toca, quando nós somos capazes de abraçar na nossa vida a fragilidade do outro, procurando através de nós fazer transparecer a Jesus com o Seu bem e o Seu amor.»
3º - Um cristão atento e cuidadoso
A missão dum Pároco tem muitas vertentes e torna-se necessário não substituí-lo, mas colaborar com ele numa atitude de diálogo e respeito. «O MEC é um colaborador atento que permite ao sacerdote uma maior agilização nas suas celebrações e um contacto mediado com os doentes e enfermos que pessoalmente não lhe é possível», afirmou o Padre Miguel.
4º - Um cristão que aproveita a oportunidade de crescer na intimidade com Deus
«A Igreja não pode dispensar o pulmão da oração» (EG,262). O MEC deve ter uma vida espiritual séria para que nada se torne banal. Neste sentido, o Padre Miguel afirmou: «O MEC deve saber aproveitar o momento da visita aos enfermos como meio para crescer na sua intimidade com Deus. O pior que nos pode acontecer é, pelo ritmo e rotina em que vivemos e concretizamos a nossa missão, banalizar a presença do Senhor. Esquecer que Ele está mesmo ali, ao pé de nós, connosco.»
5º - Um cristão que não é só cristão, mas é filho de Deus
A este respeito o Padre Miguel afirmou: «Para ajudar a evitar o risco da banalização existe uma solução: recordar a nossa relação filial com Deus. Olhar Jesus deste ponto de vista é reconhecer na presença que nos acompanha Aquele que nos ensinou a olhar para a primeira pessoa divina como Pai. Deste modo é possível ver o cristianismo incarnado na vida concreta de cada um de nós.»
Apesar do temporal desse dia, o grupo que esteve presente agradece a oportunidade desta manhã de formação que a todos (as) fez bem. Para além daquilo que se aprendeu, também a convivência e a partilha fraterna são meios para o crescimento da união como diocese que somos.
Irmã Mª do Carmo Alves, in Voz de Lamego, ano 94/17, n.º 4745, de 6 de março 2024