Em noite de chuva e acentuado arrefecimento nocturno, leigos e presbíteros do Arciprestado de Lamego concentraram-se no Seminário Maior de Lamego, no passado dia 26 de abril, pelas 21.00h, para a apresentação da Carta Pastoral do ano 2023/2024, pelo Sr. Bispo da nossa Diocese de Lamego, D. António Couto. O encontro começou com um momento musical do Grupo de Jovens de Cepões.
Contextualizando o documento a apresentar, D. António Couto começa pelo desafio inicial “Vem e vê!” onde refere que a Bíblia é o testemunho da revelação de Deus através de gerações e gerações de testemunhas, cada uma com a sua fé, inteligência, vontade, cultura, linguagem, sensibilidade. É sempre Deus que está por detrás do texto bíblico. Dar testemunho é dar a vida e dar a vida é dar o tempo, a saúde, a energia, o próprio sangue. O texto fulcral da Carta é o Evangelho de S. João. Hoje e tal como naquela época, Jesus põe-nos à prova e, nas margens do mar da Galileia ou de Tiberíades, perante a multidão que o seguiu, dirige-se a Filipe e pergunta: “Onde compraremos pães para que eles comam?” A resposta, Jesus bem a sabia mas, ao colocar Filipe à prova, coloca-nos igualmente o desafio de nos tornarmos companheiros de caminho de Jesus porque Ele sabe o caminho, mostra o caminho e faz o caminho. Jesus vai connosco. Naquele entardecer Jesus ordena aos discípulos que fizessem reclinar as pessoas para comer e quando todos foram servidos e saciados, Jesus deu ordens aos seus discípulos para que recolhessem os pedaços que sobraram para que não se perdesse nenhum. Não se trata de umas sobras quaisquer. É o próprio corpo de Cristo e a Palavra da Escritura, que é verdadeiramente o corpo de Cristo e o seu sangue. Na Igreja não há lugar para sobras; há espaço para todos, todos, todos. O que permanece é a Palavra de Deus dita, e por nós ouvida, recebida, distribuída, partilhada, saboreada, digerida e respondida. Jesus nunca se esgota, dá-se, entrega-se porque é alimento da Vida Eterna. O nosso Bispo, D. António Couto, termina a sua Carta apontando-nos caminhos: estarmos num mundo aberto a Deus onde vamos ouvir sempre chamar o nosso nome, sentir a vocação, que se chama comunhão, que se chama missão, que se chama paixão.
O encontro terminou com a interpretação de dois temas musicais: um do Grupo de Jovens da Sé e outro pelo Pe. Marcos Alvim.
João Ferraz, in Voz de Lamego, ano 94/24, n.º 4752, de 1 de maio 2024.