A Paróquia de Magueija realizou, de 3 a 9 junho, a Novena do Apostolado da Oração, que culminou com a celebração da Festa do Sagrado Coração de Jesus. Durante a novena fez-se uma reflexão/catequese do Papa Francisco sobre o tema “Os vícios e as Virtudes”.
Na quinta-feira, dia 6, a celebração da Eucaristia foi presidida pelo Sr. Dom António Couto, Bispo da nossa Diocese de Lamego, no âmbito da Visita Pastoral à nossa comunidade. Durante a Eucaristia, o Sr. Bispo ministrou o Sacramento da Santa Unção a todos aqueles que o desejaram. Depois da celebração, D. António teve um encontro com o grupo de jovens, em mais um momento de preparação para o Sacramento do Crisma.
No final deste dia, D. António Couto fez uma pequena visita ao Sardinho, onde pôde contactar e usufruir da beleza e encanto que o Rio Balsemão, em harmonia com a natureza, oferece generosamente a quem por lá passa. Foi com muita satisfação que participou num lanche com um grupo de paroquianos que desta forma lhe agradeceram a sua presença. D. António Couto gostou de ter visitado o Sardinho e deixou a intenção de regressar quando tiver oportunidade.
A semana de oração e reflexão, e a conclusão da Visita Pastoral, foi coroada com a celebração da Festa do Sagrado Coração de Jesus.
Como é habitual, a comunidade de fiéis mobilizou-se e, de forma empenhada, entusiasta e generosa, a igreja fica sumptuosamente bela com arranjos florais (flores do Sardinho) com a subtiliza, arte e dedicação de quem os idealiza, qual encanto concentra a nossa atenção. A comunidade juntou-se próximo à Igreja para receber o Sr. Bispo; o grupo de jovens ofereceu-lhe um ramo de flores e, todos, cantando ao som da viola, dirigiram-se para a Igreja, caminhando sobre um tapete de flores.
“Deus está aqui” – cantou o grupo coral, dando-se, assim, início à celebração eucarística. Na sua homilia, e no âmbito da Visita Pastoral, o Sr. Bispo vincou o tema “Caminhar juntos, renovar a esperança”. Esta visita representa um momento especial de renovação espiritual e fortalecimento de fé para os fiéis da Paróquia.
Durante a Eucaristia, foi ministrado o Sacramento do Crisma a um grupo de 10 jovens. No final houve a procissão do Santíssimo à volta da Igreja, terminando assim a celebração religiosa do Festa do Sagrado Coração de Jesus.
Como toda a festa que se preze, com a presença do Sr. Bispo, também esta foi seguida de um almoço festivo e convívio fraterno, preparado pela comissão de mordomos da Festa de Santiago, proporcionando uma oportunidade única para compartilhar a fé e a união comunitária. A concluir, o Sr. Bispo, juntamente com o nosso pároco Hermínio Lopes, cortou um bolo comemorativo, que a comunidade presente saboreou e brindou com espumante da nossa região.
Terminou, desta forma, esta viagem de memórias, pela visita do Sr. Bispo a esta paróquia, com um agradecimento à sua presença amiga, não só pelas suas palavras de coragem para a missão que sempre nos espera, mas também pelo seu sorriso bondoso e genuíno. Nas nossas memórias fica o seu sorriso e afeto, nos nossos corações as suas palavras: “ABRI O CORAÇÃO A DEUS; ABRI AS MÃOS A DEUS” – TODO AQUELE QUE FAZ A VONTADE DE DEUS, É MEU IRMÃO, É MINHA IRMÃ E MINHA MÃE!”
Augusto Nunes, in Voz de Lamego, ano 94/30, n.º 4758, de 12 de junho 2024.
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No final da Eucaristia e da Visita Pastoral a Magueija, o Pe. Hermínio tomou a palavra, em jeito de agradecimento, por um lado, pelo trabalho e empenho dos membros da comunidade e dos seus grupos, e, por outro, pela presença amiga, alegre e simpática do Sr. Bispo D. António.
Reproduzimos e partilhamos as palavras proferidas pelo pároco:
Neste momento de Ação de Graças, permita-me Sr. D. António Couto, que deixe uma palavra de gratidão por esta tão bela, intensa e alegre Visita Pastoral, inserida na Festa do Sagrado Coração de Jesus. Estamos todos muito felizes pela presença e missão do Sr. Bispo entre nós.
Várias vezes o Sr. D. António tem estado aqui connosco, e para nós, a celebrar nesta igreja de S. Tiago. Nem sempre, é certo, em momentos de alegria, como é o caso de funerais de vários sacerdotes, mas sempre com a ternura da mensagem de fé e de esperança na profundidade e intensidade que lhe é característica, D. António, e que nós tanto apreciamos e agradecemos. Não ficamos indiferentes à alegria da sua pessoa, à sabedoria da sua comunicação e à amizade que nos dedica e que nós tanto estimamos e retribuímos.
Somos um povo pequeno, com os problemas inerentes à interioridade, com a fragilidade da vivência da fé no contexto de um mundo cada vez mais laico, mas também com a solidez de um povo marcadamente cristão e devoto de S. Tiago, seu Padroeiro. Continua ativo, ainda que reduzido, o movimento do Apostolado da Oração que promove todos os anos a novena e a Festa ao Sagrado Coração de Jesus, como hoje acontece. Mas temos também a Festa de Santa Bárbara, a Festa de Santo António e a Festa de São João que são momentos de celebração da fé com a missa em honra dos respetivos Santos, mas também de convívio à volta da mesa em espírito de partilha, solidificado pela grelhada e pela sardinhada mas sobretudo bem regado com a alegria do encontro das nossas gentes. São Tiago, no pico do verão, une-nos de uma maneira ainda mais festiva, sendo esta a grande festa de um povo que se alegra com a chegada dos emigrantes e com eles celebra a fé e brinda à amizade. Logicamente que não deixamos de viver com a intensidade que é própria as grandes celebrações Cristãs: A Páscoa com a sua centralidade e contagiante alegria e o Natal na ternura do Menino que nasce e no conforto da família que se une.
Recentemente promovemos o arranjo do espaço e do nicho dedicado à Senhora dos Bons Caminhos, na EN2. E já este ano, saiba Sr. Bispo, dotou-se a escola primária de Magueijinha de uma valência de acolhimento aos peregrinos, sendo um dos principais Albergues do Caminho Português Interior de S. Tiago. Este investimento diz bem da nossa bondade de acolher e do nosso generoso cumprimento na obra de misericórdia de dar pousada aos peregrinos.
Gostaríamos de ser mais em número, para podermos fazer mais e melhor. Mas fazemos o que podemos com a determinação que nos caracteriza e com a generosidade que nos impele a ver no outro sempre o nosso próximo, tal como o Sr. Bispo recordou ainda na celebração de 5.ª feira.
Deixe-me ainda, Sr. Bispo, dar-lhe conta de alguns números que mostram bem o problema da interioridade que há pouco referia. Nestes 20 anos, em que estou aqui como pároco, já faleceram 406 irmãos, 7 dos quais eram sacerdotes. Apenas se ordenou 1 padre, que infelizmente já não exerce. Batizaram-se aqui, sabendo que mais de metade não vivem cá... são filhos de emigrantes ou de famílias que se deslocaram para cidades próximas (Lamego e Viseu), 88 crianças e houve 21 casamentos. Repare, Sr. Bispo, que nestes 20 anos Magueija ficou reduzido a metade ou menos até, diria.
Esta é a nossa realidade.
Permita-me ainda uma palavra de profunda gratidão ao grupo coral que tão solenemente abrilhantou esta celebração. São de uma dedicação extraordinária e de uma capacidade ímpar. Aqui faz excelente sentido a expressão: poucos, mas bons! Os arranjos exteriores e interiores. O adro e os altares que com flores da época e da terra (e até do rio, ou do leito de rio, melhor. Ou seja, do Sardinho) se apresentam tão bem adornados. Também aqui há bom gosto, capacidade artística e mãos excelentemente hábeis. A todos, obrigado.
Agradeço também aos mordomos de S. Tiago que não se pouparam a esforços e colocaram os seus dotes culinários e a suas capacidades incríveis para que já de seguida possamos sentar-nos todos à mesma mesa, partilharmos o mesmo pão e saborearmos da mesma presença do Amigo e Irmão, D. António, nosso Bispo.
