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Visita Pastoral de D. António em Avões

O passado. O presente. O sempre.
A paróquia de Avões, no passado fim de semana, recebeu a visita Pastoral da sua eminência Bispo de Lamego, D. António Couto.

No primeiro dia, na respetiva Junta de Freguesia, foi recebido pelo executivo, dando-se lugar à apresentação da insígnia que nos identifica como comunidade, assinando o livro de honra. Por conseguinte, já no salão paroquial, dar-se-iam momentos de maior proximidade e convívio com a comunidade.

No domingo, no dia de maior gáudio, a receção do Sr. Bispo no adro da Igreja, juntamente com toda a comunidade paroquial e demais instituições de Avões, assentou num tapete florido que conduziu todos ao interior da igreja matriz, na qual foi realizada a celebração dominical, com a graça da Santa Unção, juntamente com a presença de três gerações de párocos: o Pe. Silvestre, o anterior, o Pe. Victor, o atual, e o Pe. Zeca, o conterrâneo.

Para nós, como avoenses orgulhosos das suas pessoas, o culminar desta visita viria a seguir: a homenagem ao Pe. Joaquim Silvestre; dando-se o seu próprio nome ao salão paroquial, o qual viu nascer e contribuiu no seu erigir, doravante, "Centro Paroquial Padre Joaquim M. Silvestre".

Poderia, neste momento, continuar a canalizar-me por todo o espírito enriquecedor de confraternização e de partilha que ocorreu ao longo do dia, em uniformidade com toda a comunidade, pastoral e instituições locais, contudo, atendendo que meio século não são cinco dias, permitam-me falar de castanheiros. Sim, castanheiros.

Na frente do Centro Paroquial mora um conjunto grande de azulejos, figurando ouriços e castanhas, com os dizeres "oferece aos outros o melhor de ti mesmo". É peculiar como o Pe. Silvestre nasceu numa terra de castanheiros e veio permanecer pároco noutra aldeia, durante quase cinco décadas, onde as castanhas são o seu símbolo; desenganem-se aqueles que não acreditam que os desígnios de Deus moram nos pormenores.

Assim, tal como os castanheiros que se enraízam profundamente em Avões, o Pe. Silvestre fincou as suas raízes entre nós; cada palavra foi como uma castanha: envolta numa casca dura de sabedoria, por vezes vigoroso no seu ouriço, mas cheia de conselhos e sustento no interior. Ensinou-nos "que é preciso que o fruto se parta, e se reparta, na mesa do amor", que, para florescer, é preciso alimentar o espírito com fé e dedicação.

Foi bom ver, nos seus 86 anos, que os seus discursos, sempre sem meias palavras, em jeito de homilia, com o seu olho direito meio fechado e atento, continuam a ressoar como o vento entre as folhas dos castanheiros, levando um pico do ouriço e trazendo o consolo de um saudável reboleiro.

O Pe. Silvestre, pelos menos para nós, é sempre carismático, um pároco dos velhos tempos que é como o outono, levando aquilo que já não nos serve para deixar espaço ao que pode florir. Na nossa comunidade, dedicou-se, incansavelmente, a dar o melhor de si mesmo, mostrando-nos que a verdadeira fé se manifesta nos pequenos gestos e na constante vontade de servir.

E, como os castanheiros que oferecem as castanhas, o Pe. Silvestre deu-nos o fruto do seu espírito: ensinamentos, conforto, risos e lágrimas partilhadas. Cada batizado, cada casamento, cada despedida carregava a marca do seu compromisso com a nossa paróquia.

Prestamos homenagem a este homem, cuja vida em Avões foi uma celebração constante do lema que tão bem incorporou. A marca que nos deixou é como os famosos castanheiros de Avões, perene e frutífero, enraizado na nossa terra e, para sempre, nos nossos corações. Continuamos a florir em coletividade com o cuidado, a delicadeza e a empatia do Pe. Victor que cuida, e cuidará, dos soutos que compõem o nosso espírito de unidade.

Na fé e na união, somos gratos por quem nos conduz pelos caminhos da vida em comunidade. Ao tronco, às raízes e aos ramos que contribuíram e contribuem para que a nossa paróquia continue a ser nutritiva: obrigado, simples assim.

Nesta comunidade entre a cidade, a serra e o Douro, "toda a mão dada, terá duas de retorno".
Somos Avões, da raiz ao fruto.

 

Ricardo da Fonseca, in Voz de Lamego, ano 94/34, n.º 4762, de 10 de julho de 2024.

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