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No culminar de mais um ano pastoral

Desde há algum tempo nos habituamos a pensar, a estruturar e a viver o ano pastoral num ciclo que, geralmente, iniciamos em setembro e damos por terminado em julho. Chegamos, portanto, ao culminar de mais um desses ciclos.

Este ano quisemo-lo ainda em timbre mais juvenil, por estarmos no rescaldo da Jornada Mundial da Juventude. Até a carta pastoral, que anualmente Dom António Couto nos escreve, assumiu esse cariz, tanto no conteúdo como na forma.

No conteúdo, porque o nosso bispo serviu-se da passagem bíblica, que relata a multiplicação dos pães, descrita por são João, e intitulou-a com o versículo 12, do sexto capítulo: “Recolhei os pedaços que sobraram”. E daqui frisou vincadamente a importância do que cresce e permanece, depois de cada grande acontecimento em que Deus é protagonista, como no milagre do Evangelho.

Na forma, porque, pela primeira vez, a carta pastoral para a nossa diocese é escrita a várias mãos. Dom António fez questão de que os jovens participantes na JMJ – desde o seu anúncio para Portugal, preparação, visita e peregrinação dos símbolos, pré-jornada na diocese e a semana em Lisboa – dessem o seu contributo para a redação deste documento. Oito jovens, em representação própria e dos muitos mais que fizeram este caminho da JMJ, passaram para o papel o mais profundo e mais sério das suas experiências e das suas vivências interiores.

Além disso, esta carta pastoral teve ainda a particularidade de ser apresentada seis vezes – uma em cada arciprestado – e não apenas uma vez, no início do ano, em Lamego, como tinha acontecido nos anos anteriores. Em datas e em lugares diferentes, o nosso bispo percorreu todo território geográfico da nossa diocese, e alcançou um muito mais vasto território humano, no final das apresentações. No total foram mais de seis centenas de diocesanos que estiveram presentes nestas explanações da carta pastoral.

A par disso, a carta pastoral nutriu e alavancou as dinâmicas e os conteúdos das caminhadas do Advento e Quaresma, propostas para a diocese.

Ao mesmo tempo, a aposta pastoral mais significativa, ao longo do ano, foi a formação. Aquela dirigida aos grupos corais e pessoas comprometidas com a dinamização litúrgica, nas comunidades. A formação, em formato teórico e prático, dos Ministros Extraordinários da Comunhão, que percorreu a diocese toda. Retomou-se a formação de catequistas, com a nomeação do novo secretariado. A pastoral juvenil empenhou a sua ação na vivência da pós-jornada, aproveitando e aprofundando a estrutura criada nas paróquias, arciprestados e diocese para a JMJ.

Tudo isto foi coroado com o Dia da Família Diocesana, como vem sendo hábito, todos os anos. Este ano, tivemos a feliz singularidade de ter acoplado o Encontro Diocesano da Famílias de Acolhimento, que emoldurou este dia com as memórias da pré-jornada da juventude. Durante todo o dia de sábado passado, dia 20 de julho, no Parque Ribeirinho de Tarouca, ali se juntaram centenas de pessoas de toda a diocese para celebrar e agradecer, em união com o seu bispo, e em comunhão eclesial diocesana. Com uma malha humana muito diferenciada e intergeracional, desde bebés de meses aos muitos jubilosos anciãos, todos sentiram o verdadeiro calor e aprazível saber do estar em e do ser família diocesana.

 

Pe. Diamantino Alvaíde, in Voz de Lamego, ano 94/35, n.º 4763, de 24 de julho de 2024.

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