No dia 19 de setembro assinalou-se o Dia do Arciprestado do Alto Douro, um momento de convívio, partilha, oração comum e enriquecimento cultural entre os padres que exercem a sua missão nesta porção da nossa diocese que engloba os concelhos de Mêda, Penedono, São João da Pesqueira e Vila Nova de Foz Côa.
O dia foi passado em Belmonte, lugar emblemático pela sua riqueza histórica, cultural e religiosa, na qual foi possível navegar graças ao generoso acolhimento e acompanhamento do pároco local, Padre Carlos Lourenço.
Assim, depois de uma breve reunião para acertar alguns compromissos para o novo ano pastoral, celebrou-se Eucaristia na Igreja matriz. Daí se partiu, em espírito de convívio, à descoberta do vasto património de Belmonte, cobrindo várias épocas históricas. Visitou-se o Museu Judaico de Belmonte, testemunha da secular presença da comunidade judaica neste território e da impressionante história da comunidade criptojudaica, redescoberta no século XX.
Belmonte é também marcada pela presença de monumentos medievais de grande imponência, como o Castelo e a Igreja românica de S. Tiago. Nesta, para além dos belíssimos murais e de uma singular escultura de Nossa Senhora da Piedade, pode-se encontrar o Panteão dos Cabrais, onde estão sepultados parte dos restos mortais de Pedro Álvares Cabral, célebre navegador português, o primeiro a chegar à costa do Brasil e proveniente destas terras. Daí se encontra a ligação para o terceiro eixo histórico de Belmonte que foi possível explorar, no Museu dos Descobrimentos.
Por fim, há que agradecer a quem tornou possível este momento de encontro, quer a nível da preparação, quer a nível do acolhimento, num dia que se mostrou realmente enriquecedor para todos pelo convívio e pela partilha, bem como pela descoberta das grandes riquezas históricas e culturais de Belmonte.
Tiago Torres, in Voz de Lamego, ano 94/43, n.º 4771, de 25 de setembro de 2024.