Durante o passado fim de semana, fui a acompanhar o curso do Rio Douro, com direção a montante, que os seminaristas da diocese de Lamego fizeram a sua viagem com destino ao Alto Douro.
Já por terras de bom vinho, bom azeite, boas vistas e, principalmente, boas pessoas, os seminaristas acompanhados do seu formador e pré-seminaristas, vivenciaram de perto a realidade das paróquias pertencentes aos concelhos de São João da Pesqueira e Tabuaço. Como já é tradição, de acordo com os párocos que os acolheram - o Padre Eduardo Leal, pároco de Ervedosa do Douro, Soutelo, Valença do Douro e Desejosa; o Padre Diogo Martinho, pároco de Trevões, Varzea de Trevões, Espinhosa, Pereiro e Castanheiro; o Padre Manuel Adelino, em Pereiros, Vilarouco e Valonzo dos Azeites, e o Padre Filipe pároco de São João da Pesqueira, Nagozelo, Casais e Sarzedinho - os seminaristas partilharam os seus testemunhos de vida, durante as várias cerimónias em que estiveram presentes.
Durante essas partilhas pessoais, os seminaristas deram-se a conhecer e explicaram resumidamente o seu percurso. Para além disso, meditaram sobre a importância da oração no discernimento e vocação. Exortando, também, à oração do povo de Deus pelos seminários, bem como pelo surgimento de novas vocações.
Como já referido, uma característica que marca a região é a bondade das pessoas. São, de fato, muito dadas, disponíveis e carinhosas. É incrível como, de entre os seus eventuais problemas e desafios pessoais, arranjam tempo para receber de forma tão calorosa os seminaristas e os demais associados. Notável é, também, o espírito de união que se faz sentir por aquela zona.
Nesta crónica não pode ficar de fora o belo cenário das atividades deste fim de semana: o vistoso Douro Vinhateiro. As suas colinas e montes taludados, intermináveis quintas, olivais, vinhas e, claro, o seu rio que maravilharam todos os visitantes.
Alexandre Lopes, pré-seminarista
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O Seminário de Lamego em Terras de São João da Pesqueira
Durante a última semana, decorreu a semana dos seminários, a celebração das vocações ao sacerdócio, os jovens que se entregam para serem servidores de Deus.
A semana dos seminários começou no Domingo, dia 3 de novembro, e terminou no domingo seguinte, dia 10 de novembro. No fim de semana do dia 3, os seminaristas António e Celestino, estiveram a acompanhar o Pe. Filipe Rosa, nas paróquias de Nagoselo do Douro e S. João da Pesqueira.
No fim de semana seguinte, os seminaristas Celestino e Tiago Samuel, e o pré-seminarista Bernardo estiveram a acompanhar o Pe. Diogo Martinho, nas paróquias de Trevões, Castanheiro do Sul, Espinhosa, Pereiro e Várzea de Trevões. Os Seminaristas António, Francisco e Osvaldo, acompanharam o Pe. Filipe Rosa, nas paróquias de Pereiros, Valongo dos Azeites e Vilarouco. Os seminaristas Filipe e Carlos, e os pré seminaristas, Alexandre e Diogo, estiveram a acompanhar o Pe. Eduardo, nas paróquias de Valença do Douro, Ervedosa do Douro, Soutelo e Desejosa.
Para além disso, no sábado, todos os seminaristas e párocos do concelho de S. João da Pesqueira congregaram-se na paróquia de Ervedosa do Douro, para rezar pelas vocações sacerdotais da diocese de Lamego. Nesta vigília, a comunidade teve a oportunidade de rezar, em adoração ao Senhor e também de ouvir o testemunho do Tiago Torres, que será ordenado diácono no próximo dia 8 de dezembro.
Em todas as paróquias, os seminaristas deram testemunho e conviveram com os párocos e os seus paroquianos.
Profundamente agradecidos aos párocos a às comunidades pelo acolhimento, continuamos a encomendar-nos às vossas orações e a assegurar-vos da nossa comunhão orante com toda a diocese.
Filipe Maia, seminarista do 3º ano
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Que posso eu esperar?
Que posso eu esperar? A paz que vem de Deus! A paz, o amor, a alegria… os frutos de uma vida em Deus. Esses frutos, consequência da intimidade com Deus, que nos enche o coração, dá-nos força para a entrega plena à missão e à vocação, persistindo assim às dificuldades que nos aparecem no dia a dia!
Assim, diante das minhas fragilidades e limitações, das adversidades e provações, espero a infinita misericórdia de Deus, único consolo para o coração do Homem.
Filipe Maia, seminarista do 3º ano
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Que posso eu esperar?
É o lema desta semana dos seminários que passou. Refere-se a esta bela, mas dura jornada, que é o seminário. O tempo de seminário é, de facto, uma grande graça, onde o mais especial é aquela intimidade com Jesus que se adquire, não pelo muito ler, ou pelo muito saber, mas pelo muito saborear. Saborear o quê? Esta relação íntima com o Senhor.
Então, posso esperar graça. Uma graça que vem d’Aquele que é nosso Pai, e que ternamente nos chama Seus filhos.
Porém, há outra coisa que é também muito especial, e fundamental no percurso do seminário: a vida comunitária. Esta, vivida no amor de Cristo, constitui parte indispensável para a formação e desenvolvimento do carácter do seminarista. E, porque nem sempre é fácil, coloca-nos numa situação de constante aprendizagem. De facto, testemunho uma coisa: não sou o mesmo que entrou para o seminário em setembro de 2023. Não pela natural sequência e avanço do tempo, mas porque o seminário me proporcionou, e continua a proporcionar, inúmeros momentos de crescimento pessoal; quer humano, quer espiritual.
Então, posso esperar crescimento. Crescimento na vida com aqueles que são meus irmãos, com um laço maior que o de sangue, e com o Senhor a quem devo a minha existência.
Tenho seguido o Senhor na alegria, e na tristeza, no ânimo, e no desânimo; tenho seguido o Senhor na confiança, e nas dúvidas, na paz, e nas tribulações; nas forças, e nas fraquezas. Pois:
«...nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.» Rm 8, 37-39.
Então, posso esperar um amor infinito. E este, espero-o sem mérito algum. Espero-o, apenas como um dom do Bom Deus.
Francisco Pereira, seminarista do 1º ano
In Voz de Lamego, ano 91/1, n.º 4778, de 13 de novembro de 2024