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Formação de leitores no arciprestado de Cinfães - Resende

No cumprimento das atividades previstas no Plano Pastoral Diocesano, realizou-se, no passado dia 1 de fevereiro de 2025, na Igreja da Imaculada Conceição, em Resende, uma Formação de Leitores destinada a aprofundar a vivência e o ministério da proclamação da Palavra de Deus nas celebrações litúrgicas.

O Vice-Arcipreste, Cónego Tozé Ferreira, deu as boas-vindas aos cerca de 50 fiéis participantes, oriundos das paróquias confiadas aos Reverendos Padres José Augusto Marques, António José Ferreira, Joaquim Correia Duarte, Luís Rafael Azevedo e Vítor José Pinto. A formação, dinamizada pela Equipa Coordenadora da Pastoral Diocesana, sob a orientação do Padre Diamantino Alvaíde Duarte, iniciou-se com a Oração da Manhã.

Seguiu-se a primeira parte da sessão, conduzida pelo Padre Ângelo Fernando Santos, sob o título "A Arte de Louvar o Pai" - a BERAKAH. Esta abordagem começou por interpelar os presentes com duas questões fundamentais: "Jesus alguma vez celebrou Missa?" e "Em caso afirmativo, em que momento?". Partindo dos textos do Novo Testamento, demonstrou que Jesus instituiu o rito da Eucaristia no Cenáculo. No entanto, frisou que não celebramos apenas a última ceia, mas sim a morte e ressurreição de Cristo, sua ascensão e glorificação. Concluiu-se, assim, que a verdadeira Missa de Jesus aconteceu no Calvário, pois ali se celebrou o Mistério Pascal, o centro da nossa fé. O rito, aliado ao acontecimento, gera o Sacramento, e na Eucaristia tornamos presente este Mistério, fonte e cume da vida cristã.

A exposição prosseguiu com um percurso histórico da celebração eucarística, desde os relatos do século II de S. Justino, até à reforma litúrgica do Concílio Vaticano II, que reforçou a dimensão do sacerdócio comum dos fiéis. Sublinhou-se a participação ativa do povo de Deus na liturgia, sempre num espírito de obediência filial, porque afastar-se da Eucaristia é afastar-se do Pai.

A segunda parte da formação, de caráter mais prático, foi conduzida pelo Pe. Diamantino Duarte. Começou por apresentar os livros litúrgicos fundamentais para o ministério do leitor: a Bíblia, o Missal Romano e os Lecionários, reforçando que a proclamação da Palavra deve ser feita a partir dos livros litúrgicos e nunca de folhas soltas, pois "a Palavra de Deus é um bocadinho mais do que isso".

Seguidamente, abordou aspetos essenciais sob o título "Do Ambão ao Coração", onde sublinhou a relevância do ambão como o local reservado para a proclamação da Palavra, em harmonia com o espaço litúrgico, destacando que "a sobriedade da liturgia é que lhe dá dignidade", alertando para o perigo de exageros na expressão corporal ou na dramatização excessiva da leitura.

Foram apresentadas orientações detalhadas sobre aspetos fundamentais como a postura correta do leitor, a forma de se dirigir do seu lugar ao ambão, a vénia ao altar, a postura ereta e serena, bem como o modo adequado de segurar o lecionário. Relativamente à proclamação propriamente dita, destacou-se a necessidade de uma leitura clara e pausada, com uma dicção correta e sem exageros na entoação, evitando alterações desnecessárias ao texto litúrgico.

Salientou-se ainda a importância da leitura prévia dos textos, para melhor compreensão e interiorização da mensagem, bem como a necessidade de os leitores respeitarem a distribuição de serviços, evitando a acumulação de funções. Foram igualmente dadas recomendações sobre a indumentária adequada para os leitores, garantindo sempre a sobriedade e respeito pela dignidade da celebração. O Pe. Diamantino concluiu com um apelo à consciência de que a missão do leitor não é um mero ato funcional, mas um verdadeiro ministério ao serviço da Palavra de Deus.

O Cónego Tozé Ferreira encerrou a formação agradecendo aos formadores, sublinhando que "saímos todos mais enriquecidos, pois melhoramos e dignificamos a nossa participação no Mistério Pascal, tornando a Palavra de Deus verdadeiramente viva". Recordou ainda a formação de catequistas agendada para o dia 8 de fevereiro, em Cinfães.

A sessão concluiu-se com a oração do Pai-Nosso, expressão da nossa unidade fraterna em Cristo.

Como apontamento final é de salientar que atividades como esta reforçam a importância da formação litúrgica na nossa diocese. Os leitores são, em cada celebração, os arautos da Palavra de Deus, e esta missão exige preparação, consciência e zelo. A proclamação não é um mero ato de leitura, mas um autêntico servir da comunidade, tornando audível a Palavra que a todos salva.

Que esta formação inspire muitos fiéis a assumir com responsabilidade e devoção este ministério essencial na vida da Igreja!

 

Diác. Eduardo Pinto, in Voz de Lamego, ano 95/12, n.º 4789, de 5 de fevereiro de 2025

 

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