Estamos a viver o mês de outubro, tradicionalmente dedicado às Missões, com o coração aberto ao convite da Igreja para sermos, cada vez mais, “Missionários da Esperança”. Este é o tema que nos acompanha ao longo deste mês e que nos desafia a renovar o ardor missionário que nasce do encontro com Cristo. Num tempo marcado por tantas incertezas e por realidades que ferem a dignidade humana, ser missionário da esperança significa tornar presente o amor de Deus que consola, cura e renova a vida.
Durante estes dias, somos convidados a reforçar a oração pela causa missionária, a sensibilizar as nossas comunidades para a dimensão universal da fé e a participar no ofertório para as missões. No entanto, contemplando os desafios do Evangelho e os apelos do nosso tempo, reconhecemos que viver a missão hoje exige horizontes mais largos e novas formas de compromisso.
É neste contexto que, acolhendo o pedido do nosso Bispo, iniciamos o caminho de implementação da Carta Pastoral dos Bispos de Portugal – “Como Eu vos fiz, fazei vós também”, um documento que propõe uma renovação profunda da vida e da ação evangelizadora da Igreja em Portugal. Inspirada no gesto do lava-pés, esta Carta recorda-nos que a missão nasce do amor que se faz serviço. Ser missionário é amar como Jesus: servir com humildade, aproximar-se dos que sofrem, curar feridas e anunciar com alegria a Boa-Nova do Reino.
Neste espírito, assumindo os passos que já foram dados no passado e a grande sensibilidade missionária dos nossos diocesanos, damos início ao caminho de criação do Centro Missionário Diocesano (CMD), que nasce com o propósito de "dar à animação e cooperação missionária o lugar a que têm direito". O CMD quer ser um apoio para toda a Diocese, um espaço de comunhão, dinamismo e formação missionária, ajudando cada comunidade a descobrir-se enviada, comprometida e corresponsável pela missão.
O logotipo do Centro Missionário Diocesano traduz, de modo simples e profundo, esta espiritualidade. A Bíblia e a Cruz representam a Palavra e a força do Evangelho, coração da evangelização e fonte de todo o envio missionário. Os pés evocam os que partem, levando a Boa Nova até aos confins do mundo. As mãos recordam os que partilham, acolhem e rezam, sustentando a missão com gestos de solidariedade e intercessão. E o coração, no centro, lembra-nos que a missão é amar como Jesus, o amor que se ajoelha para lavar os pés dos irmãos e se faz dom total da vida.
A par disto, também já estão disponíveis as redes sociais do Centro Missionário Diocesano, no Instagram e no Facebook, onde ao longo deste mês de outubro poderão encontrar: testemunhos missionários, reflexões, mensagens do Papa e propostas concretas de oração e ação. Queremos que estas plataformas sejam também lugares de evangelização e esperança, sinais de uma Igreja viva que se faz próxima de todos, também no espaço digital.
Assim, pouco a pouco, passo a passo, queremos caminhar juntos, fazendo da nossa Diocese uma comunidade de discípulos missionários, “Missionários da Esperança”. Que este mês missionário nos ajude a redescobrir a alegria de anunciar o Evangelho e a certeza de que a missão nasce sempre do coração de Cristo, que continua a lavar os pés da humanidade e a enviar-nos a amar como Ele amou.
Pe. Luís Rafael (CMD), in Voz de Lamego, ano 95/45, n.º 4822, de 15 de outubro de 2025
