Ao celebrarmos a memória litúrgica de São Joaquim e Santa Ana, pais da Virgem Santa Maria, a Mãe de Jesus e Mãe nossa, saudamos todos os avós, congratulando-nos com o dom e a fecundidade das suas vidas.
Os avós são uma graça que, porventura, nem sempre sabemos valorizar. Livres da pressa e do rendimento do trabalho, ensinam-nos a apreciar as coisas com gratidão e sabedoria. Marcados pela vida, guardam na memória ensinamentos do passado que previnem erros do futuro. São, no seu testemunho de oração constante e de resistência pacífica, uma verdadeira escola de evangelho. Podem ser o fiel da balança, no equilíbrio de gerações.
Os avós são, na família, uma espécie de altar da sabedoria. Portanto, esquecer os avós é fazer tábua rasa da memória da nossa própria história familiar, das virtudes e defeitos que nos correm no sangue.
“Na realidade, os anciãos têm o carisma de ultrapassar as barreiras entre gerações. Quantas crianças têm encontrado compreensão e amor nos olhos, nas palavras e nos carinhos dos anciãos! E quantas pessoas de idade não pressentem gostosamente as palavras bíblicas: a coroa dos anciãos são os filhos dos seus filhos”! (Fam. Cons. 27)
Se afasta os mais velhos, a família cristã perde aquele elemento de ligação ou corrente de transmissão de valores e experiências de que vive a nossa fé! Não fossem os avôs e avós, e muitas das nossas crianças e adolescentes estariam entregues a si próprios no que respeita à catequese, à oração e à vida cristã.
“As histórias dos idosos fazem muito bem às crianças e aos jovens, porque os ligam à história vivida tanto pela família como pela vizinhança e o país. Uma família que não respeita nem cuida dos seus avós, que são a sua memória viva, é uma família desintegrada; mas uma família que recorda é uma família com futuro.” (AL 193)
Que se valorize a dádiva daqueles que transportam em si a experiência e a sabedoria do encontro e diálogo de gerações e se receba com alegria e gratidão a sua partilha de vida.
Que os avós se sintam valorizados e a sociedade lhes reserve um lugar na vida comum. Neste sentido, recordamos a palavra da Sagrada Escritura: “Não desprezes os ensinamentos dos anciãos, dado que eles os aprenderam com seus pais” (Ecl 8, 11).
Queremos render merecida homenagem aos nossos maiores, àqueles de quem recebemos os primeiros rudimentos da fé, os abraços mais generosos e o testemunho da mais bela sabedoria. Unimo-nos, por isso, aos netos e com eles felicitamos os avós neste dia que lhes queremos dedicar com alegria e gratidão.
Com todos os avós celebramos a esperança que a alegria dos netos suscita em seus corações neste e em todos os dias!