Ano Missionário
O auditório do Seminário de Lamego acolheu, na passada sexta-feira, 19 de outubro, pelas 20h30, todos quantos quiseram participar numa iniciativa organizada pelo Centro de Estudos Fé e Cultura da nossa diocese. E foram muitos os que marcaram presença para escutar D. António Couto sobre o Ano Missionário em curso.
Se assumimos, com o agora santo Papa Paulo VI, que “A Igreja existe para evangelizar”, interrogamo-nos sobre a maneira de propor a fé num contexto de grande indiferença religiosa e numa sociedade secularizada, marcada pelo progresso e por tantas conquistas, mas que não se livra de ser também um tempo propício ao lamento e ao desencanto. O mesmo se passa dentro da Igreja, o que contrasta com a alegria que os baptizados são convidados a protagonizar.
Num contexto assim, e como nos recorda D. António Couto na sua mais recente Carta Pastoral, Anunciar o Evangelho é a vocação própria da Igreja, “a Igreja não pode nem deve continuar a lançar tranquilamente mão apenas dos métodos de transmissão da fé até agora em uso. É preciso e é urgente lançar, desde já, mãos e pés, inteligência, entranhas e coração a uma nova vaga de evangelização para a qual são precisos novos evangelizadores” (n.º 8).
Cada um tem uma missão; cada um é uma missão. Como assumi-la e concretizá-la? Como fazer com que as pessoas que encontramos experienciem um pouco do amor e da misericórdia de Deus? Como dar testemunho da beleza do Evangelho através da nossa vida? Como contribuir para a construção e a configuração do futuro da Igreja, suscitando esperança e confiando plenamente em Deus?
O nosso bispo começou por apresentar dados referentes ao número dos que não conhecem Jesus Cristo. O seu contínuo crescimento diz bem da necessidade e urgência da missão de anunciar o Senhor, afastando a indiferença: “temos que amar e evangelizar”. Trata-se de assumir que todos os baptizados são implicados nesta tarefa e que ninguém pode assistir “tranquilo” ao que acontece.
A este propósito, citou o actual responsável da Congregação para a Evangelização dos Povos, Cardeal Fernando Filoni, que, numa recente carta, falava da missão como critério para medir: “a eficácia das nossas estruturas, os resultados dos nossos trabalhos, a fecundidade dos nossos ministros e a alegria que somos capazes de suscitar”.
Depois de apontar algumas passagens bíblicas e ter citados alguns documentos eclesiais sobre a missão, o encontro prosseguiu com um alargado tempo para o diálogo. E foram diversas as intervenções, não apenas para questionar e escutar algumas respostas, mas também em jeito de reflexão e de sugestão para possíveis iniciativas.
A missão da Igreja, que não dispensa o “contágio” que cada baptizado é convidado a protagonizar, assume-se e concretiza-se com a colaboração de todos. E foi também esse um dos nossos objectivos: sublinhar a sinodalidade eclesial e a necessidade de todos participarem na missão comum.
A iniciativa marcou também a abertura de mais um ano de formação do Centro de Estudos Fé e Cultura, nomeadamente através do Curso Básico de Formação Religiosa.
Agradecemos a presença e as palavras de D. António Couto, tal como louvamos a participação interessada de quantos apareceram para escutar e reflectir em Igreja. Queira Deus que, nos caminhos da vida (família, paróquia, trabalho, passatempo, férias, etc.), sejam os discípulos missionários que a Igreja e o mundo precisam.
JD