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Alegres e gratos para servir

Recoleção de Advento  

Cerca de duas dezenas de sacerdotes reuniram-se, na manhã do último dia de novembro, no Seminário de Lamego, para um tempo de meditação, de oração e de encontro. Tratou-se de mais uma manhã de recoleção, no seguimento do que, em tempos, foi sugerido num conselho de presbíteros. E se é verdade que haveria lugar para muitos mais, importa divulgar a iniciativa, valorizar quem esteve e esperar que outros se sintam motivados a participar em futuras recoleções.

Para orientar a meditação inicial foi convidado o Padre Justino Lopes, pároco de Vila Nova de Paiva, Fráguas e Alhais, que, ao longo deste ano, celebrou bodas de ouro sacerdotais. Uma oportunidade para o escutar, como a um irmão mais velho que fala sobre realidades vividas e partilha reflexões.

Entre o muito que nos disse, falou de algumas virtudes do Padre, tais como a alegria, o humor, a paciência, a humildade, a gratidão, a humanidade… E não deixou de acrescentar algo sobre cada uma delas, em quadros que foi pintando, com a ajuda da Sagrada Escritura, das achegas de alguns autores lidos e, sobretudo, de experiências vividas ao longo da sua vida.

Sem conseguir referir tudo, aqui ficam algumas notas. Por exemplo, sobre o humor disse-nos que é algo de bom e que aproxima, já que implica “rir com alguém” e “para alguém”, ao contrário da ironia que será mais “rir de alguém”. E se a primeira situação denota elevação e aproxima, a segunda pode ofender e afastar.

A propósito da paciência, citou um autor (Pe. Mateo) que aconselhava todo o sacerdote a ter “um dedal de ciência, um barril de prudência e um oceano de paciência”. E a paciência deve incidir, em primeiro lugar, sobre o próprio sujeito, exercitando uma humilde perseverança que não ficará sem bons frutos.

Outro exemplo poderá vir da gratidão. Ser grato é um dever e nem sempre o Padre protagoniza tal virtude, esquecendo pessoas e instituições que o acompanharam, acolheram e prepararam para a vida e para a missão. Deus o exemplo de Jesus, sempre agradecido e em relação com o Pai, bem como a Eucaristia, ação de graças que o Senhor convida a perpetuar e de quem o sacerdote é ministro.

Por último, deixou também uma palavra e um apelo à formação permanente, lembrando que os meios de hoje permitem uma grande facilidade na aquisição de informação, mas que tal não significa uma adequada formação. Um padre que não se cultiva, que não lê, que se isola… pode desperdiçar oportunidades de crescimento e de valorização que muito o ajudariam humana e pastoralmente.

Após um tempo que alguns aproveitaram para o sacramento da Reconciliação, para conversar ou tomar um café, subimos à capela e, diante do Santíssimo, cada um teve tempo para orar, dar graças, suplicar… Depois recitámos a Hora Intermédia e recebemos a Bênção do Santíssimo.

O encontro terminou com o almoço e o regresso de cada um aos seus espaços pastorais e ocupações, renovados pela partilha com os irmãos sacerdotes e, sobretudo, com o encontro com Senhor que os envia para semear e a preparar a Sua vinda.


Pe. Joaquim Dionísio,
in Voz de Lamego, ano 89/02, n.º 8, 4 de dezembro de 2018

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