Há um ano, no dia 7 de Janeiro, Festa da Epifania, dávamos nota do início das comemorações de 300 anos da Igreja Matriz de Sande. Decorrido este período, encerramos. Foi no passado dia 30 de Dezembro, Festa da Sagrada Família.
Em ambiente de festa, com a presença de muitos fiéis, a celebração da Missa foi o ponto alto de um ano que lembrou e celebrou trezentos anos do lugar que acolheu gerações e continua a proporcionar aos cristãos desta comunidade momentos celebrativos da fé e da pertença à família de Deus. Presidiu à celebração o Cónego João Carlos Costa Morgado, Pró-Vigário Geral da Diocese de Lamego e Director do Departamento para os Bens Culturais, Patrimoniais e Arte Sacra, deixando à assembleia uma palavra de parabéns pela iniciativa e de estímulo para o futuro da família paroquial, tendo por fundo e reflexão a liturgia da Sagrada Família. Ainda presidiu à bênção de uma cruz que fica como marco deste ano e à sempre encantadora cerimónia do “beijar o Menino”, no Largo do Pelourinho.
O ano de 2018 ficará a ser uma data importante na história desta comunidade paroquial. Houve celebrações festivas mensais, na Igreja Matriz, que congregaram todos os que ali receberam o sacramento do Baptismo; mensagens enviadas às famílias, como pela altura da Páscoa e da festa do padroeiro S. Tiago, que pretenderam avivar ou fortalecer os laços de cada baptizado e da comunidade com a sua Igreja; rezamos muitas vezes, fazendo memória dos irmãos, leigos e sacerdotes párocos ou colaboradores, que ali alimentaram a sua fé ou conduziram esta comunidade pelos caminhos de Deus.
A história da freguesia e paróquia foi exposta em conferência proferida pelo sacerdote amigo e historiador P. Joaquim Correia Duarte e integrada numa tarde cultural que teve também momentos de canto e de convívio comunitário.
Com a presença e participação de muitos nas celebrações religiosas, iniciativas culturais e recreativas, e com a ajuda e colaboração mais próxima e directa de algumas pessoas, com destaque para os membros da Comissão Fabriqueira, foi possível dar corpo a esta iniciativa comemorativa.
De 1718 a 2018, passaram 300 anos, que não são a totalidade da história desta terra, denominada Presépio da Beira Douro, mas é um registo interessante de uma povoação que recordando o passado não quer parar no tempo, mas projectar-se no futuro, tendo também como sustento o património edificado e espiritual. E tem razões para isso, pois é uma comunidade que, nos nossos dias, ainda tem uma massa juvenil que dá alegria à terra e é esperança de futuro.
Este ano fica na mente de todos os que, com interesse, vivenciaram as comemorações. E, para as gerações futuras, deixamos o testemunho do presente e alguns registos físicos, como uma cruz, uma placa com alusão ao acontecimento e um livro que recolhe, em texto e imagem, as iniciativas concretizadas e a história da freguesia e paróquia até agora dispersa em diversas fontes documentais.
Lançámos o ano à volta do lema “ Igreja Matriz, sede e símbolo da unidade paroquial”. Deus queira que este ano tenha contribuído para que as gentes desta terra sintam mais perto da sua vida quotidiana a Casa de Deus como a sua casa, aberta a todos, continuando a ser o lugar central e agregador das pessoas desta freguesia e paróquia de São Tiago de Sande.
P. José Francisco, in Voz de Lamego, ano 89/06, n.º 4492, 8 de janeiro de 2019