Teve início no passado dia 18 de janeiro a Semana de oração pela unidade dos Cristãos. A pergunta que surge é imediata: faz ainda sentido rezar pela unidade dos Cristãos? Por que razão é tão necessário unir algo que à partida já deveria estar unido? A realidade mostra-nos que este lugar comum onde todos pertencem e são efetivamente a Igreja de Cristo, está longe de ser perfeito.
Felizmente existem ainda pontos de Luz que nos mostram que é necessário aspirar a uma sociedade mais universal e acolhedora. A comunidade de Taizé é a prova viva que é possível o diálogo inter-religioso e mais do que possível, é desejável e é a direção a seguir.
A Diocese de Lamego tem já uma caminhada firme junto da Comunidade de Taizé e da espiritualidade Ecuménica. Como nos falou o Irmão Alois (Prior da Comunidade) neste último Encontro Europeu de Taizé em Madrid: “Não nos esqueçamos da hospitalidade!”. Só assim é possível ultrapassar o medo e avançar com confiança para acolher e conhecer o Outro. Só assim descobrimos que a semelhança marca mais do que a diferença, e até descobrir o que nos marca a nós próprios.
Seguindo em linha com esta proposta, realizou-se no passado Sábado 19 de Janeiro, na Igreja de Santa Maria Maior de Almacave uma Oração de Taizé com o tema central da Unidade dos Cristãos. A Casa estava cheia de Jovens vindos dos mais diversos pontos da Diocese, contado com a presença de mais de 10 grupos que se uniram para provar que a hospitalidade começa na casa de cada um e principalmente em cada Igreja.
A Oração contou também com uma novidade no cenário. Tal como também a nossa fé deve ser renovada, Taizé apostou este ano numa renovação da sua imagem, sem nunca perder a identidade subjacente. Os tijolos e tecidos laranja dão agora lugar a uma composição de quadrados das mais variadas cores. Uma metáfora bem ilustrativa da diversidade que se vive em Taizé e do sentido de pertença que a comunidade quer transmitir.
Não nos esqueçamos que são momentos como este que antecipam a reconciliação que Cristo nos oferece. Reconciliação entre cristãos, entre povos. E isso leva à hospitalidade e a este Deus que nos acolhe sempre, incondicionalmente.
Ana Rita Nobre, Almacave Jovem, in Voz de Lamego, ano 89/08, n.º 4494, 22 de janeiro de 2019