No passado dia 2 de fevereiro de 2019 realizou-se no Seminário Menor de Resende, o Pós-Convívio, que já tinha definido como obrigatório na minha agenda desde dezembro de 2018, quando fiz o Convívio Fraterno 1371.
O Convívio para mim foi uma experiência completamente surpreendente. Desde logo, porque nunca foi de minha vontade fazê-lo. Embarquei nesta aventura para deixar a minha namorada (que já era conviva) feliz – foi a prenda de Natal que lhe prometi – mas, acabei por descobrir, que seria um presente para mim. Desde o primeiro dia, o meu único pensamento era ir embora. Sentia que aquele lugar não era para mim, que aquelas pessoas não tinham nada a ver comigo. A minha namorada apenas me pedia para confiar, que no fim tudo faria sentido, e que seria uma das experiências mais marcantes da minha vida. Não conseguia compreender o porquê, nem tão pouco acreditava que tal fosse possível. Mas, passo a passo, fui simplesmente ficando e, aos poucos, a vontade de ir embora foi-se dissipando do meu pensamento.
O Convívio é uma coisa que se vive, não se conta. A única coisa que posso dizer, é que descobri naqueles três dias aquilo que ouvia, que me contavam, e em que acreditava com alguma incredulidade – descobri-O! É impossível duvidar mais e voltar a ser o mesmo quando nos encontramos com Ele face a face. Quando sentimos as suas carícias no nosso rosto e na nossa vida.
Contrariamente ao que pensava, voltar para o Mundo real foi difícil. Talvez não ao início, porque tudo em mim era paz e felicidade. Mas, com o passar dos dias, o peso da vida foi-me endurecendo e foi-me afastando d’Ele, apesar de a chama viver sempre acesa dentro de mim. Então, tal como prometido, voltei no passado dia 2 a Resende, para beber de novo dessa alegria. Para recarregar a bateria de abraços junto de todos os que, tal como eu, viveram aqueles 3 dias, dos quais eu quis fugir, mas que mudaram a minha vida.
Sabemos que o 4º dia é o desafio para o qual estamos aqui. A missão que Jesus Cristo nos confiou – levar o Seu Amor até aos confins do Mundo. Nem sempre é fácil. Muitas vezes parece impossível. Mas, tal como alguém sábio nos segredou nesses dias, Deus não escolhe os capazes, capacita os escolhidos. Assim, hoje sabemos que nunca haverá estrada demasiado difícil... porque jamais caminharemos sozinhos.
André Oliveira , CF1371,
in Voz de Lamego, ano 89/109, n.º 4496, 5 de fevereiro de 2019