“Levanta-te e anda” foi o desafio que nos colocaram… e nós fomos! Fomos rumo ao 9.º Verão é Missão, em Vila da Ponte. Este ano, devido às previsões meteorológicas houve uma alteração de planos, trocámos a já habitual caminhada por uma sala devidamente preparada para nos acolher.
Procurámos papéis coloridos com passagens bíblicas, tentámos levantar pessoas que não se queriam levantar, era sábado e não podíamos transportar coisas nem construir mas, ao longo da manhã, quebramos os extremismos e fomos construindo a nossa espreguiçadeira dando cor a cada pedaço de madeira. Sorrimos para a vida sobre rodas, porque isso está ao alcance de qualquer um, percebemos que a cegueira e a paralisia por vezes são voluntárias, e pior que morrer é quando nos vamos arrastando pela vida sem alegria e sem a saborear. Carregámos o peso da preguiça, que nos dificulta um simples apertar de sapatos, e concluímos que é preciso dar-lhe “porrada” para que possamos agarrar a vida e fazer a diferença na nossa, e na vida dos outros.
De seguida, um almoço partilhado e uma tarde bem passada. Equipas com elementos desconhecidos que facilmente se fazem amigos. Um “Quintatlo Missionário” fantástico, cheio de atividades divertidas. A meio da tarde uma surpresa, o Padre Diogo apareceu para celebrar connosco. “Deus aposta sempre em nós”, foi a frase que nos deixou toda a Eucaristia a pensar…
E com a tarde a terminar, não podiam faltar uns bons mergulhos no rio e uns minutos para descansar… Jantamos e rapidamente nos preparamos para o “Levanta-te e sorri!”. Por grupos e com objetos, personagens, animais e outras coisas aleatórias, tivemos de construir histórias. Houve vacas e galinhas e até o Tony Carreira apareceu. Foram momentos de muita gargalhada mas, depois de um dia tão agitado, era hora da oração da noite. Um coração disponível, silêncio e alegria, eram os pré-requisitos para vivenciar aquele momento de proximidade com Deus… Umas mantas no chão e umas velas a iluminar, foi assim que aclamamos o evangelho e escutamos a parábola do semeador. Em silêncio refletimos: que terrenos somos nós?
Entre reflexões e cânticos, percebemos que é preciso muito pouco para deixar uma marca bonita na vida. O futuro depende das nossas ações no presente, e todos ficámos com vontade de ter um pacotinho para espalhar sementes de amor, entusiasmo e alegria por aí.
A noite já ia longa e preparamo-nos para dormir. Deitamo-nos e descansámos com o coração cheio… cheio de amor, de amigos, de sementes, com muita vontade de nos levantarmos todos os dias, dar “porrada” à preguiça, com vontade de saborear a vida e ir. Ir ao encontro dos outros, só assim estaremos sempre próximos de Deus.
Mariana Rebelo,
Grupo de Jovens de Fonte Arcada, in Voz de Lamego, ano 89/32, n.º 4519, 16 de julho de 2019