Chamados e enviados, prontos a abrir caminhos novos e a percorrê-los sinodalmente, 24 jovens das paróquias de Alvite e Leomil receberam o alicerce da iniciação cristã que lhes faltava, o sacramento do Crisma.
As terras de pouca gente, deste interior demograficamente anoitecido, não deixam de revelar, a cada passo, a necessidade de sermos cada vez melhores. Sentindo uma certa desconformidade entre a proposta da conferência episcopal e a nossa realidade, não deixamos, ainda, de ter nas nossas paróquias um percurso de 10 anos de catequese, que depois se abre a novos horizontes com o sacramento do Crisma. É graças à dedicação de tantos catequistas, ao reconhecimento e gratidão dos pais e à vontade de crianças e adolescentes, que se vai comunicando e vivendo a alegria dos filhos de Deus.
Pelas 10h30, em Alvite, sem pompa nem circunstância, os jovens crismandos receberam o Sr. Bispo, agradecidos pelo dom trazido e comunicado, conduzindo-o ao sacrário e à sacristia. A celebração foi tão simples quanto bela. Os grupos corais da paróquia, uniram-se para, a uma só voz, louvarem o Senhor da vida. Na homília, o sr. Bispo falou da hospitalidade, de Maria, irmã de Marta, que não procura senão escutar a Palavra e dar total atenção a Jesus. Por fim, deixou caminhos novos a serem percorridos, na comunidade, pelos crismandos.
Em Leomil a celebração começou às 16h00. O grupo coral paroquial de São Tiago, com cerca de 50 elementos, embelezou e solenizou a celebração. O calor que se fazia sentir não impediu o sr. D. António de falar de peregrinação e da tão importante hospitalidade. Ambas partem de um espírito humilde e de serviço, fazendo referência ao ponto de vista dos servos na Sagrada Escritura. São eles que veem mais e que sentem melhor, sabendo sempre donde vem tudo e de quem tudo procede. Caminho de servos realizados foi proposto a todos, percorrido com os olhos no Senhor Jesus e em ninguém mais.
A presença do Senhor Bispo nas paróquias reveste-se de uma importância fundamental. É tudo aquilo que traz, o dom do sacramento, o dom da presença, da proximidade, é tudo o que deixa ficar, a certeza da oração, os horizontes que aponta e os caminhos que vai descobrindo para nós, e é também aquilo que leva, o nosso rosto, o nosso nome, a nossa comunidade. Por tudo isso lhe agradecemos na esperança de sermos como aqueles homens da Sagrada Escritura, servos na vida.
Pe. Jorge Giroto, in Voz de Lamego, ano 89/33, n.º 4520, 23 de julho de 2019