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“Não vos acomodeis a este mundo. Pelo contrário, deixai-vos transformar, adquirindo uma nova mentalidade, para puderdes discernir qual é a vontade de Deus: o que é bom, o que lhe é agradável, o que é perfeito” (Rom 12, 2).

Os Convívios Fraternos são um movimento da igreja católica, com o objetivo de promover e ajudar jovens no encontro com Deus. Anualmente, convivas de todo o país, juntam-se em Fátima durante um fim-de-semana, o Fátima Conviva. Este ano o encontro iniciou-se às 14h30 de dia 7 de setembro e teve a cerimónia de encerramento pelas 15h00 do dia 8.

Foi a minha primeira vez em Fátima como conviva, uma experiência que certamente contribuiu para o meu desenvolvimento espiritual. Além de a companhia ser excelente, foi bom retornar ao Santuário num ambiente diferente e ver que há muitas outras pessoas a viver como eu. Jovens com uma fé em crescimento, que tentam evoluir em variados aspetos e continuar a incorporar Deus nas suas vidas. Jovens que querem espalhar a palavra do nosso Senhor e o quanto ele nos ama, jovens com uma chama enorme nos corações, que emana alegria e tentam fazer o seu melhor no dia a dia, marcar a diferença pela positiva, pois sabem aplicar ou querem aprender a aplicar o evangelho na atualidade.  

Por vezes somo incompreendidos, talvez até gozados por aqueles que assistem de fora e não tem o coração aberto à glória e misericórdia de Deus. No entanto, a força que Ele nos dá ajuda-nos a superar e fornece a coragem de os chamar para dar a conhecer a herança que o Pai nos deixou!

“Haverá mais alegria no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não precisam de se arrepender” (Lc 15, 7).

Este ano o tema foi “Da(-te) em missão” e na carta aos Romanos, S. Paulo aconselha a que a nossa missão seja cumprida com humildade, a agir segundo o exemplo de Jesus Cristo e a trabalhar em equipa, pois “cada um tem a sua função” (Rom 12, 4) mas todos “formamos um só corpo em união com Cristo e estamos unidos uns aos outros como membros do mesmo corpo”(Rom 12, 5).  

Somos convivas da paz e do amor, por isso mesmo somos chamados a espalhar a paz e o amor pelo mundo, mas igualmente importante é viver essa paz e esse amor, pois para ensinarmos o irmão devemos viver de acordo com o ensinamento. “Como é que tu, que ensinas os outros, não te ensinas a ti mesmo?” (Rom 2, 21). Deus ama-nos de tal modo que nos concedeu o livre-arbítrio, ele deixa-nos escolher! Dá-nos uma opção, para que possamos ser nos a traçar o nosso caminho, contudo devemos ser inteligentes e usar as suas indicações, para obtermos uma vida mais feliz. “Comportem-se como pessoas livres e não usem a liberdade como uma desculpa para fazerem o mal, mas para servirem a Deus” (1 Pedro 2, 16).  

A nossa missão não tem fim, nunca estará concluída, mas aquilo que fazemos será o ponto de partida de muitos e a continuação daquilo que outro fez de bom antes de mim. Termino assim com uma citação do bispo Ken Untener que teve um impacto muito importante na minha vida, espero que vos seja igualmente útil.  

“Nenhum argumento diz tudo o que pode ser dito. Nenhuma oração expressa completamente a nossa fé. Nenhum plano cumpre toda a missão da igreja. É para isso que nós existimos. Plantamos as sementes que um dia irão crescer. Regamos as sementes já plantadas, sabendo que asseguram uma promessa futura. Não podemos fazer tudo e há um sentido libertador em compreender esse facto. Isso capacita-nos a fazer algo e a fazê-lo bem. Pode ficar incompleto, mas é um começo, um passo ao longo do caminho, uma oportunidade para a graça do Senhor entrar e fazer o resto.”


Mariana Piedade, CF1349, in Voz de Lamego, ano 89/38, n.º 4525, 10 de setembro de 2019