A comunhão sacerdotal, alimentada pela oração, ganha raízes sempre que os sacerdotes se reúnem e partilham o seu tempo. Como o livro do Eclesiastes nos lembra “para tudo há um momento e um tempo para cada coisa que se deseja debaixo do céu: tempo para nascer e tempo para morrer, tempo para plantar e tempo para arrancar o que se plantou” (Ecl 3). Neste espírito, no passado dia 23 de setembro, os sacerdotes do arciprestado do Alto Douro (Meda, Penedono, São João da Pesqueira e Vila Nova de Foz Côa) viveram o seu dia sacerdotal, contando com a presença do Prelado, D. António Couto, assim como o cónego Joaquim e o cónego João Carlos, Vigário e Provigário geral da diocese.
O encontro teve o seu início oficial com um momento de oração por terras da paróquia de Nossa Senhora do Pranto de Vila Nova de Foz Côa, ainda que o mesmo tenha começado um pouco tempo antes aquando da recolha da maioria dos sacerdotes no autocarro.
Castelo Rodrigo foi o primeiro lugar a visitar pelo grupo de presbíteros com o seu bispo, aldeia que se encontra na diocese vizinha da Guarda, conhecida pelo seu palácio, hoje em ruinas, pelo pelourinho e pela igreja de Nossa Senhora de Rocamador. Foi precisamente na igreja que D. António partilhou algumas palavras com o grupo de sacerdotes sublinhando a importância de momentos de convívio como o que se estava a realizar, lembrando também alguns sacerdotes da diocese que se encontram mais fragilizados por motivos de doença, e inspirado pela liturgia da palavra do domingo anterior (XXV) a importância do presbítero ser um esbanjador dos dons recebidos de Deus.
Antes de o grupo partir para o convento de Santa Maria de Aguiar, dois sacerdotes do arciprestado de Figueira de Castelo Rodrigo reforçaram o grupo, partilhando as suas vivências realidade que demonstra que a fraternidade sacerdotal não dissipa com as divisões territoriais ou eclesiais.
Foi durante o almoço que o grupo pode retemperar as suas forças para o qual foi fundamental o “pão” e o diálogo à volta da mesa e que decorreu a saudação ao prelado por ocasião do aniversário da sua ordenação episcopal.
O encontro continuou com a visita à igreja de Nossa Senhora dos Anjos de Almendra, templo do século XVI, terminando com a subida ao pequeno monte onde se situa o santuário do Arcanjo S. Gabriel que a todos maravilhou com a sua bela paisagem envolvente.
Depois de um dia muito bem passado, importante para o convívio e vivência sacerdotal do arciprestado, fica o registo e o agradecimento a todos os que o tornaram possível, na esperança de que no próximo ano o dia sacerdotal do arciprestado se volte a repetir, possibilitando uma experiência que enriquece e que vai além dos encontros que ao longo do ano se sucedem.
Pe. Miguel Peixoto, in Voz de Lamego, ano 89/41, n.º 4528, 1 de outubro de 2019