No passado sábado, dia 15 de fevereiro, realizou-se, no Seminário de Lamego, mais um ENCONTRO DE FORMAÇÃO DE ACÓLITOS.
Este encontro, que foi organizado pelo arciprestado de Lamego e que reuniu cerca de 55 acólitos de 12 das paróquias que o constituem, começou com a saudação do Senhor arcipreste e pároco da Sé, Cónego José Ferreira, um tempo de oração e a apresentação das paróquias (quase todas acompanhadas dos respetivos párocos).
Seguiu-se a intervenção do Monsenhor Bouça Pires, pároco de Cambres e Presidente da Comissão Diocesana para a Liturgia e a Espiritualidade que, começando por identificar o ACÓLITO como aquele que acompanha no caminho e serve, estabeleceu uma ligação à Carta Pastoral do nosso Bispo, D. António Couto – Igreja de Lamego em Caminho e em Comunhão, para referir-se à SINODALIDADE. Seguindo o texto do nosso Bispo, lembrou a forma como Jesus, o Mestre, convidou os seus discípulos a entrar no seu caminho com Ele; que sinodalidade significa “fazer caminho juntos”, lado-a-lado, em comunhão, de forma a levar-nos ao encontro uns dos outros, ao encontro de todos, fazendo Igreja conscientes de que o caminho da missão tem de estar sempre aberto.
Referiu depois que o ACÓLITO serve gratuitamente ao altar, com dignidade e aprumo, ajudando o presidente da assembleia, mas também os fiéis reunidos, tendo presente que deverá desenvolver em si próprio a vida cristã, pela oração e vida sacramental, aprofundar as verdades da fé e a Palavra de Deus e ser mensageiro da Boa Nova. Por isso, disse a todos que é muito importante praticar o serviço de acólito, procurando fazê-lo cada domingo com maior perfeição e atenção, mas sobretudo com muito espírito de fé. O acólito é e deve ser cada vez mais aquele que gosta de servir a Deus e aos seus irmãos na vida, a começar pelos que moram em sua casa e com os que com eles convivem mais de perto, e também na liturgia.
Passou-se depois a um momento de testemunho, e foram muitos, cerca de 15, com idades diversas, os que quiseram dar a conhecer a sua experiência:
O António Fernandes, seminarista, de 18 anos, disse que era acólito desde os 7/8 anos e que a sua paróquia, Santiago de Piães - Cinfães, tem um grupo de acólitos “generoso”, que trabalha muito bem. Têm formação todos os meses e aplicam o método de “apadrinhamento” dos mais novos, isto é, os ensinamentos do serviço passam dos mais velhos para os mais novos;
O Celestino Ribeiro, também seminarista, de 17 anos, referiu que na sua paróquia, Cetos - Castro Daire, o grupo de acólitos era pequeno e que apenas faziam o básico. Para ele ser acólito é um dom, uma partilha do serviço com os outros: com o sacerdote, com os fiéis e, principalmente, com Jesus. É preciso saber valorizar as coisas que Deus nos dá, nomeadamente estas pequenas coisas, como é o serviço de acólito, procurando estar em fraternidade com os outros;
O Padre Ângelo Santos, formador no Seminário Maior de Lamego, diretor do Departamento Diocesano da Pastoral Vocacional e também pároco de Britiande – Lamego, referiu que começou tarde no serviço do acolitado, quando já tinha 19 anos.
Mas, referiu, nunca é tarde, porque Deus chama quando quer e que acolitar é ter os nossos braços prontos, para servir quando somos chamados;
O João Aragão, militar reformado, de 59 anos, da paróquia de Almacave – Lamego, disse que a sua vivência como acólito era ainda curta. Que das primeiras vezes que lhe falaram nesta possibilidade de servir como acólito, recusou, pois achava-se já velho para isso. Que a sua vida mudou radicalmente quando, há 7 anos, fez o curso de Cristandade. Aprendeu que deveria disponibilizar-se para o serviço na Igreja e aceitou então o convite de tornar-se acólito;
O David Adrega, de 12 anos, da paróquia da Sé -Lamego, bem como outros rapazes e raparigas das diversas paróquias presentes, referiram que sentiam uma enorme alegria em estar próximos de Jesus, servindo, como acólitos, no altar.
Seguimos depois em cortejo para a Capela do Seminário onde, em oração, agradecemos a Deus por ter-nos permitido este encontro com Ele e com todos e pedimos a graça de podermos continuar “fazendo caminho juntos”, neste ou noutros serviços a que nos chame.
O Encontro de Formação de Acólitos do arciprestado de Lamego terminou com um almoço- convívio entre todos os participantes.
Eduardo Seixas, in Voz de Lamego, ano 90/12, n.º 4547, 18 de fevereiro de 2020