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NOITE DE LUZ E LUME NOVO

1. Queridos irmãos e irmãs em humanidade e em Cristo, que desde as vossas casas tendes acesa a Luz do vosso coração, e vos associais hoje, nesta Noite Santa, à celebração da Vigília Pascal na nossa Igreja Catedral, seguindo a transmissão da Rádio Clube de Lamego e a imagem do sítio online da nossa Diocese.

2. Gritai comigo, e voltai a gritar com alegria e confiança: Hossanah! Aleluiah! Hossanah! = Salva, por favor! Aleluiah! = Louvai o Senhor! São dois gritos, de socorro e de louvor, que atravessam a Escritura Santa, que nesta Noite Santa abundantemente escutámos, e espero que se tenham instalado no nosso coração. Gritai e cantai bem alto, meus irmãos e meus amigos, nas vossas casas, nos vossos lares, em toda a parte, sobretudo no vosso coração filial, porque Deus, que é compassivo e se comove, há de, com certeza, escutar os gritos dos seus filhos!

3. Acompanhámos ontem Jesus, nos seus últimos passos, até à Cruz, em que Jesus morre pelas três horas da tarde. Depois de morto, os seus amigos desceram-no da Cruz, encharcaram de aromas o seu Corpo morto, e sepultaram-no num sepulcro novo que havia no «jardim». Só Nicodemos, por sua conta, traz trinta e dois quilos e oitocentos gramas de uma mistura de mirra e aloés. A ideia de tanto perfume é retardar a decomposição do Corpo morto de Jesus. Vê-se que os amigos de Jesus conhecem as leis da morte, e sabem que, perante a morte, nada mais há a fazer. Apenas se pode retardar a decomposição do cadáver.

4. O dia de sábado é de descanso para todos. Para Jesus, no túmulo; para os seus amigos, em casa. Mas ao anoitecer de sábado, mal aparecem no firmamento as primeiras três estrelas, acaba o sábado e começa o Primeiro Dia da semana (Mateus 28,1a), e é então que as mulheres, que não podem esperar mais, vão ao túmulo para ver tudo cuidadosamente, com o coração (Mateus 28,1b), como já antes estavam lá a ver atentamente a morte de Jesus (Mateus 27,55). Mas a pedra da morte é muito pesada para as forças delas. E para as nossas também. Levanta-se, porém, um terramoto grande (teofania), vem um Anjo, rola a pedra, e sentava-se sobre ela (Mateus 28,2). À vista do sucedido, os guardas de serviço, que vigiavam um eventual furto do Corpo morto de Jesus, ficaram cheios de medo, e caíram atordoados, como mortos (Mateus 28,4). Às mulheres, que procuravam o fruto novo da árvore da vida, o Anjo diz para não terem medo, desvenda o que elas sentem e pensam: «Sei que procurais Jesus, o Crucificado» (Mateus 28,5), e entrega-lhes um novo saber: «Não está aqui; foi Ressuscitado», e convida-as a irem identificar o lugar onde jazia (Mateus 28,6).

5. A pedra retirada do sepulcro e o facto de o Anjo se sentar sobre ela indica o fim do domínio da morte, e o princípio do domínio sobre a morte. A pedra não é retirada para Jesus sair, mas para que as mulheres possam entrar e verificar a ausência do Corpo de Jesus. E a ausência do Corpo de Jesus aqui, neste lugar, como bem sabiam as cuidadosas mulheres (Mateus 27,61), mostra que a Ressurreição de Jesus não é menos real do que a sua morte. Não é, todavia, suficiente que as mulheres vejam o túmulo aberto; é necessário o anúncio da Ressurreição feito pelo Anjo! Mas tão-pouco é suficiente saber; é necessário viver, dizer, anunciar! E é ainda o Anjo que as faz dar mais esse passo em frente, entregando-lhes uma missão: «Ide dizer aos seus Discípulos que Ele foi ressuscitado dos mortos e vos precede na Galileia» (Mateus 28,7). E elas partiram imediatamente, e, com alegria grande, correram a levar a notícia (Mateus 28,8). Mas pelo caminho são surpreendidas pelo próprio Jesus Ressuscitado, que as convida à alegria e a não ter medo, e reformula, de forma maravilhosa, o último dizer do Anjo: «Ide dizer aos meus Irmãos…» (Mateus 28,9-10).
 
6. O mistério imenso que guarda esta Noite Santa! Ide à janela, meus irmãos e irmãs, e vede que já há no céu muito mais do que três estrelas! Dia novo, portanto. Saboreai o fruto novo do Corpo Ressuscitado e Glorificado do Senhor. E não podeis esquecer: não basta saber; é necessário viver, dizer e anunciar!

7. Rezai, então, e gritai e cantai, e voltai a rezar e a gritar e a cantar com renovada alegria e confiança: Aleluiah! = Louvai o Senhor! Hossanah! = Salva, por favor!

 

 

Lamego, 11 de abril de 2020, Vigília Pascal
+ António, vosso bispo e irmão

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