No tempo em que vamos, parece que tudo se torna mais difícil.
A Coordenação da Pastoral Diocesana reuniu-se, no passado sábado, dia 18 de julho, no Seminário de Lamego, com uma das ordens de trabalho mais difíceis de sempre: como avaliar um ano pastoral que termina com tantas restrições? Como fazer planos para um novo ano pastoral perante um futuro tão incerto?
De um modo geral, até março, como testemunho dos participantes da reunião, o ano pastoral 2019/2020 conseguiu atingir os seus objetivos iniciais, foram realizadas diversas iniciativas, em diversas áreas da pastoral, todas elas com bastante sucesso. Mas ficou muito por realizar, desde ações no campo das camadas mais jovens, como no âmbito da celebração principal da Igreja que é a Páscoa da Ressurreição do Senhor.
Uma das questões, que levou a uma troca de ideias mais intensa, prendeu-se com uma questão transversal a muitas outras áreas da sociedade: continuar um plano que ficou pendurado do tempo, ou fomentar um novo plano, um novo projeto?
A análise do “hoje”, revela-se preocupante… a Cáritas Diocesana revelou um aumento do número de pedidos de ajuda… é visível um receio na sociedade na participação da Eucaristia… a solidão que assalta os mais frágeis e idosos…
Posto tudo isto, a Coordenação acordou e decidiu continuar, avançar, com fé e esperança num novo tempo. Criar novas iniciativas que são necessárias nesta fase mais problemática da nossa vida, continuar com programações seculares, mas sempre com um plano de apoio, em concordância com as limitações impostas pela Direção Geral de Saúde. É outro tempo, mais difícil, mas diferente, e por isso, deve ser aceite e adaptado.
Todos temos o direito de ter acesso a ações, iniciativas, atividades que nos fazem sentir cristãos, sentir pertencentes a uma comunidade… todos temos essa necessidade básica e essencial. E é um dever da Coordenação Pastoral permitir essa acessibilidade. Não é correto, nem justo, parar no tempo à espera de uma normalidade que poderá nunca chegar… não é correto nem justo fazer de conta que nada acontece para lá desta pandemia.
Todas as oportunidades devem ser aproveitadas! Nas palavras do nosso bispo D. António, devemos estar abertos e tranquilos, o que se passa à nossa volta também é divino, estamos num sulco de esperança, devemos olhar para esta aparente desgraça como uma graça mas, para isso, é preciso estarmos cheios de Deus! Um plano pastoral não é uma lista de coisas a serem feitas, é a Igreja, a Igreja de Lamego a fazer-se!
Vamos arregaçar as mangas e criar oportunidades, mais do que nunca, para conseguir levar o Evangelho a todos os cantos da nossa Diocese.
Raquel Assis, in Voz de Lamego, ano 90/34, n.º 4569, 21 de julho de 2020