É o novo livro de D. António Couto, dado à estampa por estes dias, sob a chancela da Paulus Editoria, e já disponível na Gráfica de Lamego.
Vejamos a apresentação, no prefácio ao livro, feita pelo nosso Bispo:
“Vem agora à tona este pequeno livro, que reúne seis ensaios que julgo significativos para ajudar a viver com esperança, e com esperança superar a crise pandémica que atravessamos, e que nos aperta o peito e a garganta, constringindo-nos a laringe e cortando-nos a alegria e a respiração. Crise pandémica e crise de alma. Urge que a notícia de um Deus e Pai sensibilíssimo, que amorosamente vem ao encontro dos seus filhos para nos retirar do «confinamento» e nos fazer subir para uma terra «boa e espaçosa» (cf. Êxodo 3,8; Salmo 118,5), linguagem que a Bíblia conhece e regista desde há muito tempo, irrigue a terra dura da nossa humanidade e derrube as portas blindadas da autossuficiência do nosso orgulhoso «eu», enclausurado dentro das paredes dos seus determinismos cegos: eu penso, eu decido, eu quero, eu posso, eu compro, eu, eu, eu…
O primeiro ensaio mostra-nos a figura de Jeremias, o profeta que arranca da lama uma flor de amendoeira, e que, no meio das gritantes dificuldades que lhe foi dado ver e viver, se atreve a dizer, não obstante ser ainda escuro, que a meia-noite já passou, que já estamos «Do lado de cá da meia-noite» (1), a caminho da aurora. Não se trata da esperança fácil, que o comércio político-religioso vende em saldo, e que Jeremias denuncia, mas de uma esperança arrancada da dor e do sofrimento. O segundo ensaio é a surpresa e a novidade, não de uma ideia, mas de um rosto, em que o “bom-dia” precede sempre o cogito: «A falta que um rosto faz» (2). O terceiro ensaio é um banho nas águas fundamentais da «Fé, amor e esperança» (3), temáticas antigas e sempre renovadas. O quarto e o quinto ensaios vêm de situações bíblicas significativas que podem servir-nos oportunas lições: «O Êxodo: Deus na crise do povo» (4), e «A fé em tempos de crise: aprender com a Bíblia» (5). Não podíamos, neste contexto, deixar de fora um ensaio que ponha diante de nós a força da Ressurreição de Jesus Cristo: «Leitura meditada das narrativas da Ressurreição» (6).
As principais fontes são naturalmente bíblicas. Mas é constante o diálogo com o pensamento e a cultura.
Faz-nos bem rezar com o Salmista: «Do “confinamento” (mîn-hammetsar) invoquei o Senhor, e o Senhor respondeu-me e conduziu-me para um lugar espaçoso (bammerhab)» (Salmo 118,5), onde se pode viver e respirar. Desejo ao leitor uma leitura saborosa e proveitosa”.