Hoje vamos estar à conversa com o padre Victor Teixeira, que também é professor de EMRC, cantor e compositor. Recentemente lançou um novo tema: “Haja o que houver” do seu novo álbum. Este tema conta-nos a história de alguém que não desiste, que luta pela pessoa com quem quer partilhar os momentos da sua vida. Os bons e maus.
Olá Padre Victor, obrigado desde já pela disponibilidade em falar connosco.
Em primeiro lugar, gostava que nos dissesse quem é o Padre Victor, como se apresenta?
A paixão pela música surgiu cedo na vida do padre Victor tal como a fé. Nasceu em Cujó - Castro Daire, no distrito de Viseu e viveu em Frankfurt, na Alemanha. Foi ordenado padre em 2002, na Sé Catedral de lamego, trabalhou 7 anos como pároco no concelho de Vila Nova de Foz Côa e 6 anos em Torre de Moncorvo, diocese de Bragança-Miranda. Foi Professor de Educação Moral no Agrupamento de Escolas de Torre de Moncorvo durante 12 anos. Atualmente é pároco em Lamego e professor no Agrupamento de escolas de Castro Daire.
Como é que surgiu esta dimensão da música? Vocação madrugadora ou tardia?
A música está desde sempre na minha vida. A minha avó cantava muito e com ela ganhei o gosto pela música. Depois fiz o meu caminho. No 10º ano no seminário maior de lamego apareceu o gosto de aprender a tocar viola. A partir daí, fiz o meu próprio caminho. E hoje aqui estou…
Como é que se consegue conciliar tudo, ser padre, professor, compositor e cantor?
É uma questão de gerir o tempo. Saber que cada momento tem a sua prioridade, sem nunca deixar de ser quem sou e de fazer o que faço. Nós somos um misto de tudo o que fazemos. De tudo o que absorvemos, e das circunstâncias que nos rodeiam. Somos humanos.
Como é que tem corrido esta “carreira” no mundo da música?
Este mês de março é para promover o single “Haja o que Houver”. Tenho vários programas televisivos já marcados, várias entrevistas nas rádios e jornais. A aceitação está a superar as expectativas. A critica é muito positiva, em relação à música e ao videoclipe.
Onde se inspira para compor as suas músicas?
As minhas letras são fruto de circunstâncias, de momentos, de histórias vividas, e partilhadas. São partes de vida de outras pessoas que partilham a vida comigo. E claro, a musicalidade é fruto da inspiração e de alguma transpiração.
Para quando o novo álbum? Como se vai chamar?
O álbum sairá no outono, com o 2.º single a ser apresentado. O nome ainda não está fechado para o disco. Talvez depois de junho pense nisso.
É possível anunciar o Evangelho através da música?
É sempre possível. O evangelho é novidade. É intemporal. É de ontem, de hoje e para sempre. E a música é um veículo muito bom para evangelizar. E devemos procurar fazê-lo com os instrumentos que temos ao dispor nos dias atuais.
Em relação a este novo álbum discográfico, como nasceu, há algum fio condutor?
Este é um disco de prematuro não tem nada. Esteve para sair em 2020. Tinha as músicas todas escritas e o alinhamento feito, mas a pandemia atrasou tudo. Entretanto, escrevi novos temas e do álbum pensado para 2020, apenas sobraram 3 temas. Os outros 6 foram escritos durante a pandemia.
A sonoridade é uma continuidade com o álbum anterior, FACES. O produtor é o mesmo, Nuxo Espinheira.
Tem algum tema que destacaria pela mensagem, pela musicalidade, pelo processo criativo?
Cada tema tem a sua própria história, o seu contexto, a sua musicalidade. No novo disco, que terá 9 temas originais, alguns deles, durante o processo de criação, foram mais rápidos de escrever, de compor e até de gravar. Outros exigiram mais tempo, mais esforço. A criatividade nem sempre surge quando queremos. E qualquer artista está sempre dependente da sua inspiração, da sua criatividade.
Fale-nos do tema com que apresentava, “Haja o que houver”?
HAJA O QUE HOUVER foi gravado em conjunto com músicos muito experiência, gravado e produzido por Nuxo Espinheira. Colaboraram no single Nuxo Espinheira e Pedro Guedes da banda Blind Zero.
HAJA O QUE HOUVER transporta-nos para um ambiente marcadamente Pop e tem uma sonoridade muito atual. A música e o videoclipe transportam-nos para uma viagem que todos fazemos em algum momento da nossa vida. O luto pela parda e partida de alguém que fazia parte da nossa vida. O mar acalma a nossa dor, a nossa revolta, a nossa saudade. O espelho reflete tudo, mas não guarda nada. O relógio e a ampulheta é o tempo que escorre por entre as mãos e que não conseguimos parar. No final, o caminho continua…a vida segue, mas as memórias, essas permanecem, e perduram até à eternidade, quando desaparecermos.
in Voz de Lamego, ano 93/16, n.º 4696, 8 de março de 2023