No dia 7 de março às 21h00, realizou-se, no Mosteiro de Clausura das Irmãs Dominicanas, uma conferência sobre são Tomás de Aquino, orientada pelo Frei Mário Rui, sacerdote dominicano.
A apresentação inicial ficou a cargo do Sr. Provigário Geral da diocese de Lamego e Capelão das Dominicanas, Cón. João Carlos Morgado.
São Tomás nasceu no início de 1225, em Rocca Secca, no seio de uma família nobre, os condes de Aquino. Aos quinze anos ingressou no mosteiro beneditino do Monte Cassino, não para ser frade, mas sim para ser educado com os valores católicos. Após a invasão do Imperador ao monte cassino, parte e estuda, entre 1239 a 1244, Filosofia na Universidade de Nápoles e é aqui que conhece a Ordem dos Pregadores, mais conhecidos como Dominicanos, por terem sido fundados por são Domingos de Gusmão, acabando por entrar nesta. No entanto, foi preso pelos seus familiares com o objetivo de o desviar do seu projeto de seguir a vida religiosa, esteve neste cenário de 1244 a 1245.
A família não aceitou a sua decisão. São Tomás teve que lutar, incansavelmente, para ser fiel à sua vocação. Caso ele não fosse dominicano, certamente, não teria o impacto que teve na Igreja - partilha o Frei Mário.
Fez o seu noviciado e prosseguiu estudos em Colónia, onde depois foi discípulo de santo Alberto Magno. Em 1252, chegou a Paris, para concluir os seus estudos em Teologia e começar a sua carreira de professor que durará vinte e dois anos. Será dividida por períodos alternados de ensino em Paris e em Itália, ensinando em vários locais. Escreveu várias e grandes obras de Teologia que ele fez como um serviço à Verdade, na Suma Contra os Gentios: “A missão do Sábio é de ordenar dotas as coisas segundo as causas supremas, por consequência segundo o princípio primeiro, que é também o fim último da ordem universal; mas esse princípio primeiro é uma inteligência e, desde logo, o fim último da do universo não pode ser senão o bem da inteligência, isto é, a verdade, o sábio está pois ao serviço da verdade e a divina Sabedoria, ela mesma, veio ao mundo ‘para dar testemunho da verdade’”.
Para são Tomás, tudo parte de Deus, mas depois tudo regressa a Deus. Curiosamente ele diz que a Verdade não é uma ideia, nem é um pensamento, mas sim JESUS.
Ele dobra-se sobre a articulação da fé e da razão, pois cada uma tem o seu papel na vida humana. Há coisas, diz são Tomás, que só aprendemos de joelhos e mais importante que brilhar é iluminar, relembrando que : “Três coisas são necessárias para a salvação do homem: Saber o que deve crer, O que deve querer, O que deve fazer! Crer em Deus Pai. Querer a Vida Eterna (Jesus Cristo) e, fazer o bem.”
Poucos meses antes de morrer estava a rezar diante do crucifixo dizendo “Será que eu falei bem de ti?”, ao que Jesus lhe terá respondido: “Qual será a tua recompensa?” e são Tomás termina com “Nada senão Tu”.
São Tomás, quando comunga pela última vez, rodeado dos seus irmãos dominicanos, versa estas belas palavras: “Recebo-Te ó Redentor da minha alma, foi por Ti que estudei, preguei-Te e ensinei-Te, nunca disse nada contra Ti, mas se fiz não mantenho o meu erro. Deixo agora esta vida, Deus é maior do que tudo o que podemos pensar”.
A finalizar, o Sr. Provigário dirigiu umas palavras de agradecimento às Irmãs Dominicanas, a Frei Mário e a todos os presentes, sublinhando que nesta conferência esteve representada toda a diocese, pois constava padres, consagrados, seminaristas e leigos.
O encontro terminou com o canto da Salve Regina orientado pelas Irmãs Dominicanas.
Os seminaristas Carlos, Hugo e Tiago,
in Voz de Lamego, ano 93/17, n.º 4697, 15 de março de 2023