No passado Domingo, 12 de março, o sr. Bispo retomou as visitas pastorais, a começar pela paróquia de São Tiago de Passô, na Zona Pastoral de Moimenta da Beira. Na verdade, nos próximos tempos, as visitas pastorais incidirão na Zona Pastoral de Tarouca. No caso da paróquia de Passô, confiada ao Pe. Vítor de Carvalho que têm outras paróquias que integram zona pastoral de Tarouca, sendo agendadas para a mesma altura, ainda que estejam inseridas em arciprestados diferentes.
D. António Couto foi recebido e saudado à entrada da Igreja Matriz, pelo pároco, pelos jovens crismandos, familiares a paroquianos. Marcaram presença na Eucaristia, os Presidentes da Câmara Municipal e da Assembleia Municipal de Moimenta da Beira, bem como do Presidente da Junta de Freguesia, associando-se à Visita Pastoral.
Com muita luz, muita alegria, expressa nos cânticos, no adorno da Igreja, na disposição dos crentes, a celebração da Eucaristia com a administração do Crisma a 19 jovens, aos quais D. António Couto desafiou a serem e valerem por 190, com a força do Espírito Santo, com a alegria com que a Samaritana foi anunciar aos seus conterrâneos o que viu e o que ouviu de Jesus e como Ele lhe disse, mostrando saber tudo a seu respeito e desafiando-os, não com uma conclusão, mas com uma interrogação: não será Ele o Messias?
O evangelho proclamado neste terceiro Domingo da Quaresma é riquíssimo, extraordinário. O encontro de Jesus com a Samaritana, disso o nosso Bispo na homilia, é do melhor que se encontra no evangelho, cada pormenor é importante, ao ponto de não ser possível, com o tempo limitado, falar da abundância deste texto. À hora de mais calor, meio dia, Jesus, cansado, senta-Se, ou sentava-Se, à beira do poço de Jacob. Num território semidesértico, a água é, efetivamente, um tesouro. Aquela mulher vai buscar água quando o sol está no zénite, a queimar, a incidir na vertical sobre o lugar e sobre as pessoas. O habitual é que se vá buscar a água de manhã cedinho ou ao entardecer, mas esta mulher vai buscar a água quando há mais luz e como a luz é importantíssima no evangelho de são João. Na verdade, de noite não se vê bem, de noite não se reconhecem os sinais que estão no sepulcro e por isso Maria Madalena regressa do sepulcro para dizer aos discípulos que roubaram o corpo de Jesus, pois só de dia, quando os discípulos vão ao sepulcro, é que veem bem; de noite a pesca não resulta, mas só de madrugada, com mais claridade, com mais luz e mais Jesus, é que a pesca é abundante. Jesus, que pede a água à Samaritana, faz com que ela se aperceba da sede que tem, da noite em que vive, das trevas que não a deixam ver além das necessidades imediatas. Jesus fala-lhe dos cinco maridos que já teve e do que tem atualmente, mas nem os anteriores nem o atual eram ou são dela. São seis, o número da imperfeição, ou a caminho do sete, o número perfeito, e o sétimo. O sétimo, o noivo por excelência, Aquele que não lhe será tirado, é Jesus, que lhe dá a água viva, a eternidade. É a água viva, a Sua vida, que também nos dá a nós, aos jovens crismandos e a todos os cristãos, a toda a comunidade celebrante de Passô e de Sanfins. No batismo, recebemos uma vida nova, a eternidade, cujas promessas batismais renovamos no Sacramento do Crisma, mas que podemos renovar todos os dias. No capítulo anterior, do evangelho de são João, dá-se o encontro de Jesus com Nicodemos que O visita durante a noite. Jesus diz-lhe que tem de nascer de novo. É de noite e Nicodemos não entende, como é possível nascer de novo! Terá de entrar novamente no ventre de sua mãe? E Jesus responde-lhe que terá de nascer da água e do Espírito. Renascer. Não podemos “nascer” mais que uma vez, mas podemos renascer todos os dias, assemelhar-nos a Jesus, que nos assume e reconhece como filhos do Seu e nosso Pai, para cuidarmos uns dos outros como irmãos.
Depois da homilia, a celebração do Crisma, em que o Senhor Bispo foi explicando cada momento, desde o credo, a renovação das promessas batismais, a invocação do Espírito Santo, e a crismação propriamente dita, a cada um dos candidatos, acompanhados do seu padrinho ou madrinha. O óleo santo, com que serão ungidos os 19 jovens, é simbólico, até pode ser limpo rapidamente, mas o Espírito Santo vai ao coração, para O deixar agir, para os cristificar, para, como Cristo, viverem esta vida nova, vida em Deus, para verem bem os dons de Deus e viverem e testemunharem aos outros.
No ofertório, os jovens, agora crismados, levaram ao altar alguns símbolos, como a cruz e as oferendas para a celebração da Eucaristia. Na pós-comunhão, ofereceram, em jeito de agradecimento e reconhecimento, ramos de flores ao Senhor Bispo, ao Pároco e à catequista, respetivamente, acompanhadas de palavras com a expressão dessa gratidão.
Depois da Eucaristia, um lanche, oferecido pela Junta de Freguesia, aproveitando para fortalecer (ainda) mais os laços entre paroquianos, familiares e amigos, com o Senhor Bispo e com o pároco.