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Dom António Couto na Paróquia de Cimbres

Este ano o dia 19 de março teve um significado especial para a Paróquia de Cimbres, concelho de Armamar, agraciada com a visita do Senhor Bispo Dom António José da Rocha Couto. É tempo das visitas pastorais na Zona Pastoral de Tarouca, mas como há oito dias, também nesta semana, a Visita Pastoral foi numa paróquia da Zona Pastoral de Armamar, com o mesmo enquadramento, tendo em que o Pe. Armindo é pároco de Cimbres (Armamar) e de Gouviães (Tarouca).

A Visita Pastoral começou no sábado, com o encontro do Sr. Bispo com os crismandos e com as pessoas que iriam receber a unção dos doentes. D. António Couto aproveitou a ocasião para uma belíssima catequese sobre os sacramentos, especialmente do Crisma e da Santa Unção, recorrendo a imagens, abordando os símbolos usados, numa linguagem acessível, simples e compreensível a todos. A unção do óleo há de entrar pela cabeça a dentro para chegar ao coração, identificando-nos com o Cristo (crisma). O Espírito Santo age em nós para nos transformar, para nos iluminar, para nos mover a viver, a agir, a testemunhar o Evangelho. A unção do óleo dos enfermos para nos fortalecer. Todos nós, em algum momento, nos sentimos frágeis. Invocamos a força de Deus que nos levanta, com o compromisso de também nos ajudarmos uns aos outros, apoiando-nos mutuamente e ajudando a levantar os mais frágeis.

No Domingo, o IV da Quaresma, a visita pastoral propriamente dita. No largo do Senhor do Bom Despacho, pelas 10h30, aguardavam Dom António, o Senhor Padre da Paróquia Armindo Costa Almeida, o Senhor Presidente da Junta António Domingos da Fonseca Rodrigues, o Senhor Presidente da Assembleia Municipal de Armamar Rui Dionísio, os crismandos, o grupo coral e demais paroquianos.

Seguiu-se em cortejo para a belíssima Igreja Matriz, onde Dom António, juntamente com o Senhor Padre Armindo, celebrou a Santa Missa, com o Sacramento da Eucaristia, o Sacramento do Crisma e o Sacramento da Santa Unção.
Ungidos com o óleo da oliveira, invocando o Espírito Santo pelas mãos do Senhor Bispo, 11 jovens da comunidade de Cimbres tornaram-se soldados de Cristo. Estes jovens crismados perceberam que é a luz que vem de Deus que os ensina a ver melhor a vida, que “cego é aquele que não quer ver”.

O Reverendíssimo Bispo alivou com a Santa Unção o Padre Armindo e 37 paroquianos, que assim receberam “vida nova dada por Deus com carinho aos mais fragilizados”.
Da homilia proferida por Dom António, após a leitura do Evangelho de São João pelo Exmo. Padre Armindo, retiramos a mensagem de que cada vez que entramos na igreja não estamos a pisar um chão qualquer, mas estamos sim a presença de Deus. Deus está no meio de nós e basta vivermos isto a cada segundo para tratarmos os irmãos como rostos e não como pedras e, se assim fizéssemos, não haveria lugar para tropeços.
“E a coisa mais divina que há no mundo é viver cada segundo como nunca mais” - Vinicius de Moraes, invocado por Dom António.

A liturgia deste IV Domingo da Quaresma permitiu falar da luz que Deus nos traz, da Luz que Jesus dá ao cego de nascença e aos batizados, no desafio a que caminhemos iluminados pela vida nova que acolhemos, desde logo pelo batismo, que renovamos em Eucaristia, configurando-nos cada vez mais com o Evangelho e o modo de ser, de agir, de viver de Jesus Cristo. O cego deixou-se ver por Jesus e nesse olhar, nos gestos e da interpelação do Messias, lavando os olhos na piscina de Silué, deixou-se lavar pelas palavras de Jesus e deixou-se enviar. Com ele, também nós, somos enviados, com a força do Espírito, para levarmos a Boa Nova a todos os corações feridos pelo pecado, pelas trevas, pela morte. “Tempo para nos deixarmos conduzir pela mão carinhosa e pela voz maternal e melodiosa do Bom Pastor, cantando o Salmo 23. Sim, Ele recebe bem os seus hóspedes: faz-nos uma visita guiada pelos seus prados muito verdes, cheios de águas muito azuis, unge com óleo perfumado a nossa cabeça, estende no chão do seu céu a «pele de vaca» (shulhan), que é a sua mesa, serve-nos apetitosos manjares e vinhos generosos…” (Mesa de Palavras).
Por fim rumou-se em procissão ao cemitério da paróquia, onde “a vida não acaba mas começa”.

Bem-haja Dom António pela sua presença entre nós a reforçar a nossa fé em Deus, o que o Pároco Armindo tão humilde e dignamente tem feito na nossa Comunidade Paroquial de Cimbres, para podermos dizer “Eu Creio Senhor”.

 

Guilhermina Morais, in Voz de Lamego, ano 93/18, n.º 4698, 22 de março de 2023

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