Pelo menos uma vez no ano, todo o clero da diocese de Lamego é convidado a reunir-se, durante uma manhã, com o seu Bispo. Há diversos conselhos e estruturas que, ao longo do ano, vão reunindo com o bispo diocesano, mas em número bastante mais reduzido de presbíteros. No entanto, a Assembleia Diocesana do Clero é uma reunião magna, em que todos os sacerdotes, sem exceção, são convidados a participar e a intervir em igualdade de importância. Este ano pastoral, essa Assembleia teve lugar no passado dia 1 de maio, no Seminário de Lamego.
Com cerca de 65 clérigos presentes, a manhã começou com a oração da Hora Intermédia. Para lançar os trabalhos teve uma palavra inicial o Cónego João Carlos, responsável pelo Departamento Diocesano para Vida e Ministério dos Presbíteros, realçando o que tem sido feito a nível de acompanhamento e auxílio (espiritual e material) dados aos sacerdotes. Recordou também os momentos de formação e retiro que vão tendo lugar na nossa diocese ao longo do ano pastoral.
De seguida tomou a palavra o senhor Bispo para lançar o assunto da reunião. Ressalvou que a situação um pouco mais sombria que, eventualmente, se possa sentir na nossa diocese é transversal a todas as dioceses de Portugal e até do mundo. Situação essa que pode trazer alguma desmotivação e desânimo, deixando-nos um pouco à deriva. Daí que a prioridade de cada um deva ser voltar e voltar-se sempre para Aquele que é o nosso primeiro amor: Jesus Cristo.
O esquema para desenvolver o assunto da ordem do dia estava pensado em trabalhos de grupo. Assim aconteceu. Os clérigos reagruparam-se em número mais reduzido, em espaços diferentes, para possibilitar que todos falem e se pronunciem sobre as temáticas em causa. Depois de 45 minutos de reunião neste formato, houve tempo para uma pausa. Após 10 minutos de descontração e de alguns cafés, foi retomada a assembleia geral.
Cada grupo por sua vez, através de um porta-voz, deu a conhecer aos restantes participantes o fruto da sua reflexão. O assunto proposto para reflexão e discussão era sensível, por se tratar de situações que têm afetado a vida e o ministério dos presbíteros no mais fundo do seu âmago. Daí que fosse pedido aos grupos para refletirem seriamente sobre as causas que potenciam situações de risco, os sinais de alerta que cada um vai dando quando está numa fase menos boa, as consequências que advêm quando há a perda de um padre por um qualquer motivo e as soluções ou caminhos que devem ser encetados para contrariar ou minimizar os efeitos negativos do que tem acontecido no passado recente.
As observações feitas e as propostas deixadas foram elucidativas das preocupações que vão no coração dos presbíteros de Lamego. Todos estão conscientes de que é preciso unir esforços e definir estratégias de maior atenção e proximidade a cada sacerdote individualmente.
Para terminar, o senhor D. António Couto agradeceu a presença de todos e encorajou a encarar a realidade atual e os desafios próprios da mesma com determinação e positividade.
Diamantino Alvaíde, in Voz de Lamego, ano 93/24, n.º 4704, 3 de maio 2023