A primeira, de algumas outras atividades preparatórias da ordenação episcopal de Dom Joaquim Dionísio, aconteceu este domingo, dia 25 de junho, no Santuário da Lapa. A música feita oração foi a forma que o arciprestado de Moimenta da Beira – Sernancelhe – Tabuaço encontrou para homenagear o recém-nomeado Bispo Auxiliar do Porto e agradecer-lhe o trabalho dedicado, profícuo e venturoso desenvolvido no Santuário e nas paróquias estendidas pela serra da Lapa.
Numa noite quente de início de verão, o claustro do Colégio dos Jesuítas da Lapa encheu-se para rezar com a ajuda dos três coros paroquiais das sedes dos concelhos que compõem este arciprestado. Cada grupo coral teve a oportunidade de interpretar quatro temas musicais, cada um com um pequeno texto introdutório e explicativo do que se seguia.
O reportório musical que cada um dos coros apresentou foi salientando algumas das qualidades necessárias naqueles que abraçam tão exigente missão, como é o caso do novo bispo.
A disponibilidade, que é um dos atributos mais transcendente naqueles que escutam o chamamento de Deus, que reconhecem a Sua voz, que aceitam o seu convite e que arriscam gastar a sua vida no desempenho da missão que Deus lhes confia.
A fé, que se vai fortalecendo naquele que desprendida e despretensiosamente se coloca nas mãos de Quem o chamou à vida e o impeliu à missão, reconhecendo facilmente que é impossível viver sem crer no amor e na perfeição d’Aquele que é o autor de todas as coisas.
A oração, sustento de vida daqueles que aceitam servir a Messe do Senhor. Aqui musicada e cantada a paradigmática, Oração Sacerdotal de Jesus, do quarto Evangelho, que se coaduna profundamente com o momento que estamos a viver.
A eleição, que Jesus continua a fazer, como outrora aos seus discípulos, deixando sempre claro que não foram eles a escolher, foi Cristo quem os escolheu e os predestinou a ir e a dar fruto que permaneça.
Num lugar entranhadamente mariano, como é a Lapa, onde a Mãe do Céu acolhe e conforta, acaricia e afaga, suaram também os cânticos a Nossa Senhora, diante da qual todos nos reclinamos, reconhecendo a sua predileção por cada um de nós, prometendo-lhe amor sem limites e sem pausas, renovando a nossa consagração filial.
Depois dos agradecimentos feitos aos presentes e aos grupos corais, foi tempo de Dom Joaquim Dionísio tomar a palavra para se dirigir a todos, agradecendo cordialmente a presença de cada um e a iniciativa levada a cabo.
O concerto-oração terminou com uma imprevista e improvisada intervenção musical, por parte dos sacerdotes ali presentes. Primeiro, Mons. Guedes interpretou Ave Maria, de Shubert, e de seguida todos cantaram, rezando, a Salve Regina, como oração final.
Diamantino Alvaíde, in Voz de Lamego, ano 93/32, n.º 4712, 28 de junho 2023