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Sessenta anos de sacerdócio do Monsenhor Joaquim Dias Rebelo

SAUDAÇÃO – MEMÓRIA - GRATIDÃO
A gratidão é um dos mais belos e nobres sentimentos do coração humano. Foi esse o sentimento que o Sr. D. António Couto, nosso Bispo, expressou no início da homilia que proferiu na Igreja Paroquial de Vila da Rua, na tarde do dia 8 de Dezembro, por ocasião da celebração da Solenidade da Imaculada Conceição. Foi esta a data escolhida para que, quer a Paróquia de S. Pelágio de Vila da Rua, quer a Câmara Municipal de Moimenta da Beira, quer a Junta de Freguesia, em colaboração com várias personalidades da sociedade civil escolheram para homenagear o Mons. Joaquim Dias Rebelo, Vigário-Geral da Diocese, pelo seu 60.º aniversário da sua ordenação presbiteral.

“Caríssimo Amigo e colaborador fiel, Mons. Joaquim”, realçou o Sr. D. António Couto na homilia. E prosseguiu: “um homem que todos vós conheceis e que aqui viveu 46 anos, convosco, e depois disso, dedicado aos serviços centrais da Diocese como Vigário-geral, primeiro com o Sr. D. Jacinto e, depois, comigo. O que eu posso deduzir é a sua verdadeira fidelidade, a sua mansidão, a sua simplicidade, a sua capacidade de ouvir e a sua proximidade. E isso sou eu que lhe agradeço muito.”

Antes de iniciar a celebração Eucarística, foi dado a conhecer um busto do Mons. Joaquim, na zona exterior da Igreja Matriz de Vila da Rua. Seguiu-se a celebração propriamente dita, que contou com a presença do Sr. D. Jacinto Botelho, nosso Bispo emérito e natural de Vila da Rua, e um número significativo de sacerdotes, religiosos e leigos, provenientes, também, das comunidades de Penso e Faia.

O Presidente da Câmara Municipal de Moimenta da Beira, Paulo Figueiredo, manifestou o seu reconhecimento pelo contributo do Mons. Joaquim em vários âmbitos da vida social e educativa, ao longo das seis décadas em que o Mons. Joaquim exerceu o seu ministério.

O Mons. Joaquim tomou a palavra para, num significativo texto construído à volta de três palavras – “Saudação, Memória e Gratidão” – percorrer a sua biografia, agradecer aos presentes e, de um modo especial, ao Sr. D. António Couto, a confiança, a presença e a colaboração na homenagem que lhe foi preparada.

Já no final da celebração, o Pró-Vigário Geral da Diocese, em nome do presbitério, dirigiu, também, umas palavras de sentida gratidão ao Mons. Joaquim Dias Rebelo, palavras essas acompanhadas por algumas lembranças.

Imploramos as melhores bênçãos de Deus para o nosso Vigário Geral e, que o testemunho da sua entrega, seja provocação para a dedicação total na vocação a que cada um é chamado.

 

Pe. João Carlos Morgado, in Voz de Lamego, ano 94/06, n.º 4734, de 13 de dezembro de 2023.

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Intervenção do Pe. Joaquim Dias Rebelo, Monsenhor e Vigário Geral da Diocese:

Sessenta anos de Sacerdócio
Irmãos e irmãs: Paroquianos de Vila da Rua, Penso e Faia; colegas, familiares e amigos vindos de perto ou de longe:

Procurando não me tornar maçador, escrevi umas simples palavras, nas quais tentarei sintetizar o muito que tinha para dizer.
Dessas palavras destaco três: Saudação, memória, gratidão.

SAUDAÇÃO:
Saúdo o Sr. D. António Couto, Venerando Bispo da nossa Diocese, que quis estar hoje aqui, apesar dos muitos afazeres pastorais próprios deste dia. Muito obrigado por tudo, Sr. D. António, particularmente pela amizade, estima e confiança que sempre em mim tem depositado.
Saúdo o Sr. D. Jacinto, filho ilustre desta terra, que, apesar das suas dificuldades de locomoção, quis também estar presente. Tenho por ele uma grande estima e reconhecimento pela confiança que igualmente sempre em mim depositou e por tudo aquilo que por mim tem feito. O Senhor D. Jacinto é uma figura notável que ficará gravada na História de Vila da Rua, da Diocese de Lamego e da Igreja.
Saúdo o Pe. André, grande promotor e, portanto, o mais culpado desta festa, que sei que é meu amigo, que cada vez mais estima os seus paroquianos e que dia a dia se vai tornando mais compreendido e estimado por eles.
Saúdo o Sr. Pró Vigário Geral, Cón João Carlos e todos os outros colegas, que, apesar da sobrecarga de trabalho que têm, particularmente em dias solenes como este, conseguiram estar aqui. Saúdo todos os outros irmãos sacerdotes que, não podendo estar fisicamente presentes, manifestaram de diversas maneiras a sua comunhão.
Saúdo o Sr. Presidente da Câmara, outros Vereadores e membros da Autarquia e da Assembleia Municipal de Moimenta da Beira, que muito simpaticamente quiseram participar e associar-se a esta festa.
Saúdo o Sr. Presidente da Junta de Freguesia de Vila da Rua e restantes membros, pela sua intervenção e participação amiga, ativa e sempre pronta e dinâmica; saúdo também as Juntas de Freguesia de Penso e Faia. É muito bom para todos, quando as entidades religiosas e civis colaboram mutuamente; com efeito, umas e outras têm como objetivo comum o bem-estar de todos.
Saúdo os Conselhos Económicos Paroquiais, órgãos sempre importantes em cada Paróquia e que devem procurar ser o braço direito do seu Pároco.
Saúdo todos os colaboradores paroquiais, pessoas que nos diversos setores são sempre indispensáveis para a dinamização e bom funcionamento das atividades da paróquia: a Igreja não é o Padre, nem é do Padre; a Igreja somos todos nós.
Saúdo os membros da minha família, que tudo fizeram para estar aqui. Para alguns foi mesmo impossível, devido a dificuldades particularmente relacionadas com a saúde. Somos uma família muito unida e amiga, mas que está muito dispersa. Saúdo os outros familiares, todos eles muito amigos.
Saúdo finalmente todos os amigos aqui presentes e todos aqueles que não podendo estar, de alguma forma manifestaram a sua união e grande amizade.

MEMÓRIA:
Fui ordenado sacerdote em 15 de agosto de 1963, ainda antes de fazer 23 anos e fui enviado em novembro desse mesmo ano para Arícera e Goujoim, no concelho de Armamar. Recordo com saudade os 10 meses e alguns dias que lá passei e onde ainda hoje tenho grandes amigos.
Em 20 de setembro de 1964 entrei nas paróquias de Vila da Rua, Penso e Faia. Recordo a forma carinhosa como fui recebido nas três paróquias. Em Vila da Rua quiseram também estar presentes os dois sacerdotes daqui naturais: o então Sr. Pe. Jacinto e o Sr. Pe. Sousa Pinto, já falecido, que participaram comigo na celebração da Eucaristia.
Em 1988, portanto, há trinta e cinco anos, juntaram-se as três paróquias (Vila da Rua, Penso e Faia) para em comum lembrarem festivamente os meus 25 anos de sacerdócio. Foi uma celebração muito participada que teve lugar lá fora no adro, porque esta grande Igreja se tornou pequena para tanta gente.
Há 10 anos, em 11 de agosto de 2013, embora já não fosse vosso pároco, não quisestes deixar esquecidos os meus 50 anos de sacerdócio. Festa rija, cujo mordomo principal foi o então vosso Pároco, o Pe. Jorge Henrique, que também hoje aqui está.
Agora, 60 anos depois da minha Ordenação Sacerdotal, quisestes afirmar mais uma vez a vossa inesquecível amizade, com muito carinho, a que eu nem sempre terei podido ou sabido corresponder devidamente.

GRATIDÃO:
Gratidão a Deus, pela vida e pela vocação sacerdotal que me deu. Gratidão a Nossa Senhora da Conceição, que hoje celebramos e que, além de Padroeira de Portugal, é também a Padroeira de Lamosa, minha terra natal.
Gratidão à minha família, particularmente aos meus pais, pelo ambiente propício que souberam criar, para que essa vocação se desenvolvesse.
Gratidão aos párocos que tive, particularmente ao falecido Pe. Manuel Vieira dos Santos, que me encaminhou para o seminário.
Gratidão às professoras da escola primária, aos professores dos seminários de Resende e de Lamego, pois todos eles contribuíram valiosamente para o meu crescimento intelectual e espiritual.
Gratidão ao Bispo que me ordenou, D. João da Silva Campos Neves, e aos outros Bispos com quem trabalhei: D. Américo Henriques, D. António Xavier Monteiro, D. Américo Couto, D. Jacinto Botelho e o Bispo atual, D. António Couto. A todos devo e agradeço uma grande estima e confiança.
Gratidão às Escolas onde lecionei, particularmente à Escola Secundária de Moimenta da Beira, onde fui Presidente do Conselho Diretivo (assim que se chamava a Direção das Escolas) durante vários anos e na qual procurei criar um verdadeiro ambiente de família, onde alunos, funcionários e professores se sentissem bem.
Gratidão à Escola Profissional da Quinta do Ribeiro, com a qual também colaborei, com muito gosto, durante alguns anos.
Gratidão aos meus queridos paroquianos, que sempre me estimaram, me respeitaram, me compreenderam e perdoaram as minhas falhas.
Não posso, nem devo, nem quero esquecer Lamosa, onde nasci, onde desabrochou a minha vocação sacerdotal e onde passei os primeiros anos da minha vida.
Agora Vila da Rua é também a minha terra adotiva. Aqui estão sepultados os meus pais, por vontade expressa deles. E, como diz alguém, a nossa terra é aquela onde os nossos pais estão sepultados.
Ficais a saber que também, quando Deus me chamar, gostaria de ser sepultado no cemitério de Vila da Rua.
Peço desculpa, se me esqueci de alguém, o que é muito provável…
E deixai que termine, manifestando novamente o meu mais profundo reconhecimento e a minha maior gratidão.
Que Deus vos pague a todos e a cada um, que eu não sei, nem posso pagar.

 

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