No dia 7 de dezembro, no salão da sede da Junta da União de freguesias de Bigorne Magueija e Pretarouca, prestou-se uma justa homenagem ao Rev.mo Padre José Augusto Alves de Sousa “Homem, Jesuíta, Sacerdote e Missionário”, que nasceu em Magueija no dia 8/12/ de 1933.
Marcaram presença muitos familiares, conterrâneos, amigos, o Rev.mo Cônego Hermínio, Rev.mo padre Alberto Alves de Sousa, Junta de freguesia, Rev.mo padre João Francisco Rodrigues (sacerdote Jesuíta) e a Câmara Municipal de Lamego, representada pela vice-presidente Doutora Catarina Ribeiro.
Esta cerimónia foi aberta com um momento musical, a cargo do senhor Mário Santos, que nos presenteou com o toque harmonioso do seu saxofone acompanhado de música de fundo.
De seguida, o Rev.mo Cônego Hermínio fez uma apresentação elucidativa do currículo e vida do Rev.mo padre José Augusto de Sousa, que Augusto Nunes (secretário da Junta) complementou, afirmando que o homenageado foi um grande mensageiro da sua terra (Magueija), muito querido pelas pessoas na sua aldeia, que se encantavam com as histórias e vivências de vida, que este sacerdote contava da sua vida missionária em Moçambique, nas homilias das missas que ele celebrava em Magueija…
O seu sobrinho Dr. Mário de Sousa tomou a palavra e aludiu as relações próximas de amizade que havia entre a família e seu tio. Salientou o seu espírito alegre, de improvisação e criatividade, que a todos surpreendia com versos e poemas da sua autoria, que ele recitava e cantava em festas de família.
Nesta merecida e simples homenagem o Rev.mo padre João Francisco Rodrigues, amigo do homenageado, com quem conviveu alguns anos, deu o seu testemunho pessoal do que foi a vida do Rev.mo padre José Augusto Alves de Sousa como” Pessoa, Jesuíta, Sacerdote e Missionário”, que vou tentar sintetizar numas simples palavras:
Ao referir “Partiu de Magueija sabendo que nunca mais podia voltar e paradoxalmente nunca saiu da terra que o viu partir”, revela bem quanto o Rev.mo padre José Augusto Alves de Sousa amava a sua terra, os seus habitantes, com quem mantinha um diálogo aberto, amigo, sincero e delicado, sempre que vinha à sua aldeia…
Partiu como missionário para Moçambique, onde chegou a desempenhar, entre outros cargos, a missão de Vigário Geral. Ali, foi missionário durante 44 anos, criando laços de grande efetividade, com o seu povo, que ele conheceu, amou, respeitou e nunca mais esqueceu…
Quando as forças e a saúde se tornaram débeis, regressou a Portugal, mais precisamente para a Covilhã, onde exerceu o cargo de capelão, no hospital da Cova da Beira, e aí se “… tornou especialista em medicina interna, em medicina externa, medicina dos corações, das mentes, dos ouvidos e até das bocas…”
Era um homem de coração generoso, de fé sólida, de grande cultura, um pastor que conhecia todo o seu rebanho, um construtor de pontes de união e consensos, sabia estar com todos, pelo que construiu o céu na terra, levando para o eterno paraíso “… malas de bondade, partilha, fazedor de paz, amor a Deus à Igreja, ao seu povo e ao povo a quem serviu toda a sua vida ….”
Terminada a prestigiosa intervenção do Rev.mo padre Francisco Rodrigues, o senhor presidente da Junta e a senhora vice-presidente da Câmara falaram um pouco da pessoa do homenageado e do grande poder de comunicação e proximidade com todas as pessoas da aldeia.
Finalmente, o seu irmão Rev.mo padre Alberto Alves de Sousa proferiu, com emoção e saudade, algumas palavras sobre todos os seus irmãos vivos e falecidos, salientando o papel da sua irmã Laurentina, já falecida, que os amparou e criou, após a morte de sua mãe.
Esta merecida homenagem terminou com um pequeno lanche em fraterno convívio de amizade entre todos os presentes.
No dia seguinte, 8 de dezembro, a Banda Filarmónica de Magueija festejou o dia da sua padroeira, a Imaculada Conceição e os 199 anos de existência, bem como o aniversário do Rev.mo padre José Augusto Alves de Sousa, que completaria, nesse dia, os seus 90 anos.
Na sequência destas festividades, celebrou-se, na igreja de S. Tiago, uma missa festiva celebrada pelo Rev.mo Padre Francisco Rodrigues e concelebrada pelo Rev.mo Cônego Hermínio e Rev.mo padre Alberto Alves Sousa. Foi uma missa solene, cantada e tocada pela Banda Filarmónica de Magueija, cujos cânticos nos ajudaram a uma melhor participação na liturgia e no encontro com o Senhor com arte e com alma…
Terminada a celebração, rumamos até ao cemitério desta aldeia, onde se encontram os restos mortais do Rev.mo padre José Augusto Alves de Sousa, para em assembleia se rezar em sufrágio da sua alma e de todos os sepultados naquele local.
O dia terminou com um concerto dado pela Banda Filarmónica de Magueija, na sede da Junta de freguesia, que encantou todos os presentes pela sua representação cultural e humana…
Bernardete R. L. O., in Voz de Lamego, ano 94/06, n.º 4734, de 13 de dezembro de 2023.