Mais uma itinerância. Mais um arciprestado a preparar e a acolher. Mais um irmão sacerdote a partilhar o saber e a experiência. Mais uma manhã de reflexão, encontro e confraternização. Mais uma refeição repartida e degustada com satisfação.
Desta vez, foi o arciprestado de Cinfães-Resende que acolheu e preparou a penúltima recoleção mensal do clero da nossa diocese. Mantendo a intenção de percorrermos todos os arciprestados da diocese, ao longo do ano pastoral, fomos até à paróquia de Resende. Foi na manhã do passado dia 9 de maio, quinta-feira, na sala anexa à Igreja da Senhora da Conceição, que nos reunimos para o primeiro momento. Durante, aproximadamente, uma hora, o Padre Duarte Sousa Lara, recém-nomeado para as paróquias de Tendais e Alhões, foi quem dirigiu a reflexão.
De uma forma muito airosa e bastante assertiva, que é próprio da sua comunicação, o orientador introduziu-nos no tema proposto: “Maria, Mãe dos Sacerdotes”. Começou por fazer uma referência ao modo de vida bastante exigente a que estão devotados os sacerdotes de hoje. São muitas as vezes que os presbíteros se sentem desmotivados e exaustos por não verem o resultado do seu empenho e dedicação pastorais traduzido em conversões, em maior número de participações nas assembleias dominicais ou em maior procura dos sacramentos que a Igreja se propõe dispensar no exercício da Sua missão, através dos clérigos. Tem havido em alguns países – como o Brasil, por exemplo – sinais muito evidentes de rutura daqueles que entregam a sua vida ao ministério sacerdotal. E se não houver da nossa parte uma preocupação séria e constante pela oração, pelo fortalecimento da vida espiritual e pela devoção a Nossa Senhora, corremos os mesmos riscos e estamos sujeitos à mesma desolação interior.
O Padre Sousa Lara, sem grandes delongas, propôs alguns textos da Sagrada Escritura e outros do Magistério, para nos recordar a incomensurável importância de Maria na vida e missão da Igreja, assim como aconteceu na vida e missão do Seu Filho, Jesus Cristo. Por isso, a presença de Nossa Senhora é imprescindível no agir sacerdotal e na sua espiritualidade, já que Ela, antes de evidenciar a Sua mestria na ação, demostrou ser Mestra na oração e na contemplação.
Por fim, o preletor deixou-nos um testemunho pessoal, dos seus tempos de juventude, e de como nasceu a sua devoção mariana, de como esta foi crescendo ao longo do tempo e de como hoje é um dos pilares fortes do seu ministério presbiteral.
Terminada a parte conferencial, passamos para a igreja, onde fizemos meia hora de adoração eucarística, diante do Santíssimo Sacramento.
Pelo meio dia, depois de terminada a oração, fomos convidados para o almoço servido na Casa Nova, em São João de Fontoura. Um alojamento local, propriedade da diocese de Lamego, ao encargo do Padre Tó-Zé Ferreira. Com uma mesa abastada para nos receber, fomos calorosamente recebidos e esplendidamente servidos.
Para os que puderam permanecer um bocadinho mais, foi feita uma visita a todos os espaços – interiores e exteriores – da quinta, onde foi possível apreciar um requintado e aprazível lugar de lazer e descanso. Recomenda-se!
Aos organizadores e intervenientes de mais este encontro sacerdotal, o nosso penhorado agradecimento.
Diamantino Alvaíde, in Voz de Lamego, ano 94/26, n.º 4754, de 15 de maio 2024.