Vivemos tempos atípicos e, em tudo há que fazer adaptações, neste caso na Catequese Paroquial.
Sendo a Paróquia de Almacave uma Comunidade onde se encontram na Catequese perto de 500 crianças, adolescentes e jovens, em tempo em que não é possível a permanência em ajuntamento, houve que realizar mudanças nestes últimos dois anos catequéticos.
Mesmo sendo pensada a forma de proporcionar catequeses em pequenos grupos, e com as reuniões de pais para se preparar a Catequese em espaço familiar alternadamente, com a vigência da Pandemia apenas pudemos fechar os espaços e esperar.
Foram feitos alguns contactos entre catequistas e famílias, mas, o que prevaleceu foi a opção pelo envio de pequenos filmes de reflexão alusivos à liturgia em curso, para os mails das famílias e a sua publicação na página do Facebook da Paróquia de Almacave, para que fossem motivação, em família, se meditar nos temas enviados e ir acompanhando o tempo litúrgico em curso.
Foi sendo feito o apelo ao acompanhamento das Eucaristias transmitidas via online, para que não houvesse um corte geral da vivência cristã familiar e, sabemos que muitas famílias acompanharam e conduziram os seus filhos na sua Igreja Doméstica.
Novamente se deu início ao processo de reunião de pais para este ano catequético mas também não foi possível dar recomeçar a Catequese.
Dado o elevado número de catequizandos que frequentam a paróquia não se quis deixar de marcar o percurso, ainda que virtual, começando por se fazer a Festa da Eucaristia, em outubro, de todos os meninos que tinham frequentado o ano anterior. A hipótese de salvaguardar as regras da DGS foram para a divisão dos meninos em 2 grupos, em dois domingos consecutivos. Acompanhantes: apenas os pais e irmãos…
Voltados ao confinamento deste ano, tudo foi suspenso até abril, altura em que se deu início às reuniões de catequistas e de pais. Novas decisões, novas propostas e, com Fé redobrada foram-se realizando as festas da Catequese a partir de maio, sempre em grupos divididos, realizando os catequizandos algumas catequeses preparatórias.
Várias foram as situações em que estando os grupos preparados para a sua Primeira Comunhão, entraram em confinamento na escola e teve de se reiniciar com três grupos, em domingos separados. Sempre e mais uma vez com limitação das famílias e sem convidados. A cada dia sua decisão…
Como se foram realizando as festas do ano anterior e do presente ano, os grupos do 6º ano (ano anterior) e do 6º ano (do ano em curso), num total de 75 professantes tiveram a sua Festa da Profissão de Fé no mesmo Domingo mas, um na Igreja Paroquial e outro no Centro Paroquial, quase em simultâneo.
Nada foi fácil mas com o apoio de catequistas e famílias tudo se concretizou e os nossos catequizandos cumpriram o seu percurso. Para o próximo ano haverá que rever muita coisa, mas confiamos que o Espírito Santo nos ajudará nesta missão de catequistas, bem com às nossas famílias.
A celebração do sacramento do Crisma, com a Festa da Confirmação, ocorreu no dia 27 de junho, sob a presidência do Sr D. António Couto, bispo de Lamego, que pela primeira vez desde que se iniciou a pandemia administrou o Santo Crisma na Diocese. Foram 34 Crismandos jovens e 10 Crismandos adultos que tiveram a felicidade de receber o Dom do Espírito Santo e assim, cumprir um percurso tão ansiado ao longo destes dois anos.
A sua preparação decorreu em alguns dias tendo culminado com um dia de reflexão, oração e confissões na Obra Kolping de Lamego, onde, com o Grupo Almacave Jovem, os catequistas e sacerdotes puderam refletir sobre a Procura, o Encontro e a Cura, motivados pelo evangelho de domingo, sobre a Fé da Mulher que tocou Jesus (Mc 5,21-43). Todos os cuidados foram sendo tomados para que se cumprissem todas as normas de segurança e higienização.
Terminaremos, se Deus quiser, com uma Eucaristia de Acolhimento a todos os meninos do 1º ano inscritos para este ano que termina e com eles daremos por encerradas as atividades catequéticas até ao próximo outubro.
Dificuldades? Sim houve muitas… Motivação? Alguma… No entanto, com a Graça de Deus e a Fé que nos move fomos fazendo acontecer, de acordo com a vivência de cada dia e de cada momento. Muitas paróquias também o fizeram e com a coragem e empenho de todos os intervenientes conseguiu-se ultrapassar esta fase.
Pedimos a Deus que o próximo ano possa ser diferente e já presencial, sabendo todos nós, que muita coisa irá mudar, muitas decisões de alteração terão de ser concretizadas e, a nossa vida de catequistas também não será a mesma, tal como toda a nossa vida diária.
Que Maria, nossa Mãe, nos ajude na caminhada de serviço, na missão que temos como Catequistas e educadores da Fé, para que alcancemos tempos vivificantes de Luz e Paz que nos conduzam a uma vida de mais confiança e saúde.
Isolina Guerra, in Voz de Lamego, ano 91/33, n.º 4615, 30 de junho de 2021