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Celebrações Jubilares do Oitavo Centenário da Morte de São Domingos

São Domingos morreu em Bolonha, no dia 6 de Agosto de 1221. Os Dominicanos quiseram celebrar o 8º centenário do "dies Natalis", o dia do nascimento para o céu, como é da tradição litúrgica. Mais do que um conjunto de celebrações programadas e organizadas, este jubileu quer realçar a dimensão comunitária da vida dominicana. Por isso escolheu como tema: "À mesa com São Domingos", inspirado numa pintura muito antiga "Tavola di San Domenico - Mascharella", onde aparece são Domingos, não só pela primeira vez representado pictoricamente, mas reunido à mesa com os seus confrades.

Para este Jubileu, o Papa Francisco escreveu uma Carta ao Mestre da Ordem, fr. Gerard Timoner, em que para além de se unir espiritualmente às celebrações jubilares, destacou a figura de São Domingos como pregador da graça, mas também o papel importante da Ordem dos Pregadores na vida da Igreja. Nas suas palavras, "quero expressar de modo especial a minha gratidão aos Frades Pregadores pela destacada contribuição que deram à pregação do Evangelho através do aprofundamento teológico dos mistérios da fé. O apostolado intelectual da Ordem, as suas numerosas escolas e institutos de ensino superior, o seu amor às ciências sagradas e a sua presença no mundo da cultura estimularam o encontro entre fé e razão, alimentaram a vitalidade da fé cristã e fizeram avançar a missão da Igreja atraindo as mentes e os corações para Cristo".

No Calendário litúrgico, a memória de São Domingos celebra-se a 8 de agosto. Nesse dia, todas as comunidades da Família Dominicana, se reúnem para celebrar o seu Fundador. Também na nossa Diocese de Lamego, se assinalou este dia no Mosteiro de Nossa Senhora da Eucaristia, com a celebração solene da Eucaristia de São Domingos.

Presidiu à celebração litúrgica, o Senhor Bispo de Lamego, D. António Couto. Participaram também na celebração o Senhor D. Jacinto Tomaz Botelho, Bispo Emérito de Lamego, alguns sacerdotes que mantêm uma relação de proximidade com as Monjas deste convento, e os dois diáconos recentemente ordenados para a Diocese de Lamego. Presentes, também alguns consagrados, a Comunidade de Castro Daire das Irmãs Dominicanas de Santa Catarina de Sena e cristãos leigos.

Na homília, o Senhor Bispo destacou a importância de São Domingos nos momentos tão conturbados da Igreja, no sul de França, nos finais do séc. XII e princípios do séc. XIII, num ambiente eivado pelas heresias dos Albigenses. Em cinquenta e um anos de vida, São Domingos fez o que fez e como fez, quando muitos cristãos se deixavam aliciar pelas  as heresias reinantes , porque os Albigenses cativavam as pessoas, fascinadas  por estes “pregadores” que eram pobres e pregavam a pobreza, ao contrário do fausto e do luxo dos pregadores que acorriam de Roma. É neste ambiente de escuridão que aparece  Domingos de Gusmão, como uma pequena luz,  com uma palavra cortante que penetra as interioridades até aos alicerces e que arrasa com a sua pregação  todos aqueles que estão convencidos de que é com o sucesso assente na  riqueza que o mundo há de mudar. Foi com a sua pobreza e simplicidade de vida, pregada pelo testemunho de vida, seu e dos seus frades pregadores, que Domingos vence a riqueza e a ostentação de Roma e a pobreza dos Albigenses e abre o caminho para um mundo novo.  “Hoje é nosso dever olhar para este Homem da Igreja e ver que não teve medo de se opor às correntes vigentes e, pela simplicidade e fragilidade, escuta da palavra e oração, mudou o mundo de então. Ainda hoje, é preciso continuar a pregar, lá do alto da montanha, como são belos os pés do mensageiro que anuncia a paz, proclama boas novas e anuncia a salvação a Sião.”, acentuou o Senhor D. António Couto.

A animação da Eucaristia teve os ritmos e a cadência dos cânticos litúrgicos de África, acentuando, assim, a dimensão universal da presença da Ordem Dominicana. No final da Eucaristia houve um momento de confraternização, simples e singelo, oferecido a todos os presentes pelas Monjas Dominicanas do Mosteiro de Nossa Senhora da Eucaristia.

José Abrunhosa

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