Desde há alguns anos a esta parte, o terceiro domingo de setembro tem sido o dia para a Peregrinação dos devotos que, dos diversos pontos do país, rumam ao nosso santuário. E assim aconteceu neste dia 19 de setembro. E foram muitos os peregrinos que apareceram, visitaram a Mãe na sua gruta, participaram na Eucaristia celebrada no recinto campal, comeram as suas merendas no nosso parque e compraram lembranças e outros bens para levarem consigo. Diversos autocarros, muitos carros particulares e muito movimento desde a manhã atá à tarde. Mas também o dia anterior, sábado, foi dia de muitas presenças e visitas.
Peregrinar até um santuário é sempre uma ocasião favorável que nos proporciona encontrar Deus, descobrir-se amado pelo Pai, rezar e fortalecer a confiança, recuperar a serenidade e a paz, reforçar a esperança, libertar-se da rotina, conviver com os irmãos na fé, descobrir lugares...
Mas, no nosso caso, é também uma oportunidade para olhar Maria, a quem recorremos como Mãe e que aqui invocamos como Senhora da Lapa. Olhar para agradecer e louvar, para aprender e para deixar algumas súplicas e pedidos de intercessão.
Porque Maria é a Mãe que se alegra com a presença dos filhos, sempre sensível às suas histórias de vida e sempre atenta e disponível para interceder junto de quem tudo pode.
Com Maria aprendemos a acolher Jesus e a entregá-l’O aos outros, a acolher a sua Palavra para lhe obedecer e a assumir a disponibilidade para servir. E aprendemos ainda a não desistir, conscientes de que não há caminho sem esforço e que não há avanços sem riscos.
Durante a homilia, lembrando os tempos que vão correndo e as circunstâncias que a todos atingem, o reitor do santuário formulou ainda dois pedidos à Mãe: que do Senhor alcance para todos a audácia e em todos fortaleça a esperança. Porque precisamos dessa atitude que impulsiona a ação neste período difícil das nossas vidas: audácia para tomar a palavra e anunciar, propor, convidar, rezar, confiar… Mas também a audácia do compromisso que ajude os cristãos a não deixarem de confiar, de semear e de pegarem na cruz com determinação.
Por outro lado, a esperança para que o medo não vença e o testemunho não cesse. A esperança não é a certeza de que tudo vai correr bem (algumas coisas vão correr mal), mas a convicção de que a nossa vida tem um sentido. Não estamos sós ou abandonados. O Senhor da nossa vida caminha connosco e a Mãe está sempre perto.
Pe. Joaquim Dionísio, in Voz de Lamego, ano 91/43, n.º 4625, 22 de setembro de 2021