No dia 10 de outubro de 2021, celebrou a paróquia de Penela da Beira a festa em honra da sua padroeira; a mãe de Jesus e nossa mãe com o título de Nossa Senhora do Pranto.
Invocada como patrona da comunidade paroquial desde as origens da nacionalidade com título de Santa Maria, no século XVI seguindo as diretrizes do concílio de Trento, dá-se a alteração da sua invocação para Nossa Senhora do Pranto.
Na sua representação iconográfica, ao contrário do que é habitual para do título do Pranto, não é representada Maria com Cristo morto do seu regaço (Pietá), mas uma belíssima imagem de vulto de Maria com Jesus Cristo menino ao colo. Data esta imagem do ano de 1817, elaborada nas oficinas de imaginária da cidade do Porto e paga pela Universidade de Coimbra que na data era detentora do direito de padroado e portanto com a obrigação de custear as despesas do altar maior.
Desembolsaram os cofres da então Junta da Fazenda da Universidade de Coimbra, vinte e um mil e seiscentos reis para a sua aquisição.
Sem um data fixa para a sua celebração, nas últimas décadas tem a comunidade paroquial de Penela da Beira, solenizado a sua invocação nos primeiros domingos do mês de outubro antes de começar a azáfama da colheita da castanha que por esta terra também rainha e a base da subsistência de tantas famílias.
Assim lhe canta a comunidade de Penela da Beira, entoando aquele que foi instituído como o hino de Nossa Senhora do Pranto, com letra do saudoso monsenhor José Gomes, filho desta comunidade paroquial.
Senhora do Pranto, Nossa Padroeira
Nossa mãe querida, terna companheira
A Penela dada, como defensora
Da peste do pecado livramos Senhora!
Junto da Cruz lacrimosa
Teu Filho viste morrer
A nós filhos agora
Ajuda-nos a viver.
Os nossos antepassados
Padroeira te elegeram
Seus descendentes honrados
Nunca mais o esqueceram.
Da tua bênção materna
A todos os Penelenses
Aos que vivem nesta terra
Ou noutras estão ausentes.
A Jesus, teu filho amado
Também queremos saudar
Pois no teu seio gerado
O mundo veio salvar.
No céu, um dia esperamos
Contigo, ó mão estar
Para Deus eternamente
Com os eleitos cantar.
Todos nós aqui presentes
Juramos com todo o ardor
Enquanto houver Penelenses
Tu serás o seu Amor.
Pe. Luciano Moreira, in Voz de Lamego, ano 91/46, n.º 4628, 13 de outubro de 2021
