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Eucaristia de abertura do Sínodo a nível diocesano

O dia 17 de outubro foi o dia escolhido pelo Papa Francisco para que as dioceses do mundo inteiro procederem à abertura do Sínodo da Igreja 2021-2023. A Diocese de Lamego assinalou a abertura com a celebração da Eucaristia, na Sé de Lamego, presidida pelo nosso Bispo, D. António Couto.

Para contextualizar esta celebração e o Sínodo, a admonição inicial do Pe. Diamantino Alvaíde, Coordenador Pastoral e responsável da Equipa Sinodal da Diocese: “O caminho da sinodalidade é o caminho que Deus espera da Igreja do terceiro milénio”. Palavras do Papa Francisco, proferidas a 17 de outubro de 2015. Tocado profunda e profusamente por esta certeza, o Santo Padre convoca-nos agora para a realização de um sínodo sobre esta mesma realidade. Manifesta-nos clara e cabalmente a vontade de não o realizar sozinho. Nem apenas com os seus irmãos bispos. Nem somente com os mais eruditos teólogos da atualidade. Quer que o acontecimento sinodal tenha, desta vez, uma amplitude maior do que alguma vez teve. Quer que aquilo que toca a todos, seja acolhido, refletido, discutido e vivido, em primeira pessoa, por todos. Quer que este momento seja de abertura, e não de início. Porque o início foi há dois mil. Quer que em 2023 celebremos o seu encerramento, mas que não seja o seu fim. Porque esse será apenas na consumação dos tempos.

O que hoje aqui, em comunhão com todas as igrejas particulares, inauguramos é um tempo de graça e da mais sublime e surpreendente presença do Espírito, para com Ele e através d’Ele atuando em todos diocesanos de Lamego, dar voz a todos, acolher o contributo de todos e fazer com todos o mais fiel discernimento da vontade de Deus relativamente à comunhão, participação e missão de cada um nesta Igreja que, por natureza e identidade, é toda ela sinodal.

Inunda-nos a alegria de saber que não partimos do zero, nem começamos agora. A igreja de Lamego, há exatamente dois anos, arrancava o ano pastoral com o mote vincadamente sinodal: “Em caminho e em comunhão”. Na carta pastoral de então, o nosso bispo avisou que “a sinodalidade não é um slogan, uma moda, um acessório, uma tarefa ou um evento, mas sim um interminável processo. Por isso, incansavelmente nos repetiu “A sinodalidade não é mais uma coisa a fazer na Igreja; mas é a própria Igreja a fazer-se”.
Para uma Igreja sinodal: O Papa Francisco conta com a nossa comunhão; a Igreja espera a nossa participação, e Deus pede a nossa missão”.

Na homilia, o nosso Bispo, partiu da Palavra de Deus proclamada neste Domingo XXIX do Tempo Comum, fixando-se fundamentalmente no Evangelho que apresenta Tiago e João a pedirem a Jesus que lhes conceda o privilégio de se sentarem um à direita e outro à esquerda no Seu reino. D. António fez a ligação ao trecho do Evangelho que será proclamado no próximo domingo, do cego que está à beira do caminho, portanto à margem do caminho. A Igreja é um caminho aberto, muitos saem e muitos entram, mas o caminho, Jesus, mantém-se.

No Evangelho do próximo Domingo, o cego de nascença está sentado, fora do caminho de Jesus. O cego grita, sente-se excluído. Jesus, por sua vez, “PARA, descendo ao nível do cego, e CHAMA, incluindo o excluído, anulando a distância. Sem hesitação, o cego atira logo fora o manto, que constitui a sua subsistência, a sua vida, e, com um salto, de forma decidida e enérgica, fica no lugar certo, junto de Jesus. Jesus faz-lhe a mesma pergunta que ouvimos hoje fazer a João e a Tiago: «Que queres que Eu te faça?». Resposta óbvia do cego: «Que eu veja!». Ordem nova de Jesus: «VAI!»”.

O cego entra no caminho de Jesus, segue-O. Tiago e João, duas das figuras mais importantes da comunidade cristã, do grupo dos Doze, “vão de pé no CAMINHO, mas querem SENTAR-SE, não no chão e na valeta, mas em lugares de destaque”. Mas também os demais almejam o mesmo que estes dois apóstolos e por isso murmuram e se indignam com os outros dois que se anteciparam no pedido. A uns e outros, Jesus desafia ao serviço, como única opção de quem O quer seguir, porque também Ele não veio para ser servido, mas para servir e dar a Sua vida pela redenção de todos.

Neste Domingo, 17 de outubro, nas dioceses do mundo inteiro, realizou-se a abertura do Sínodo a nível diocesano, um caminho para todos, para todos escutar e envolver, a começar pelos que estão à beira do caminho ou fora do caminho, os velhinhos, os pobres, os pequenos, os doentes, os reclusos, os emigrantes. O Papa abriu o Sínodo no fim de semana de 9 e 10 de outubro, seguindo-se agora nas demais dioceses. Desde agora e até abril, realizar-se-á a escuta, a auscultação da Igreja, a todos. D. António relembrou o que tinha escrito na Carta Pastoral de 2019-2020, convocando a Diocese de Lamego a assumir um rosto sinodal, uma Igreja em caminho e em comunhão. A este propósito vale recuperar a célebre expressão de São João Crisóstomo, que refere que Igreja e Sínodo são sinónimos. “A sinodalidade não é um slogan à medida de uma qualquer ideologia. Um slogan ou uma moda, um acessório, uma coisa a fazer na Igreja. Não é mais uma coisa a fazer na Igreja, mas é a própria Igreja a fazer-se. Por isso, a sinodalidade tem a idade da Igreja”.

O Senhor Bispo concluiu a homilia com a oração proposta para este caminho sinodal, oração atribuída a Santo Isidoro de Sevilha (560-636) e composta com este propósito, invocando o Espírito Santo. “Que sejamos um em Vós, caminhando juntos para a vida eterna, sem jamais nos afastarmos da verdade e da justiça”.

 

in Voz de Lamego, ano 91/47, n.º 4629, 20 de outubro de 2021

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