No passado Domingo, dia 20 de fevereiro, na cidade de Lamego, sentiu-se que “há pressa no ar”. Provenientes de todos os cantos da nossa Diocese, congregaram-se várias centenas de jovens para, em conjunto, darmos um passo decisivo na caminhada rumo à Jornada Mundial da Juventude – Lisboa 2023.
Do início ao fim, todos fomos envolvidos no ambiente JMJ: os cânticos, os momentos de reflexão, a escuta do Evangelho, as dinâmicas e as várias surpresas foram surgindo interligadas, permitindo que, na Catedral, se vivesse um ambiente muito especial.
Para além da juventude animada e empenhada, também marcou presença o nosso Bispo (D. António Couto), o Presidente da Fundação JMJ (D. Américo Aguiar), várias dezenas de sacerdotes e adultos das nossas comunidades paroquiais e, também, o Sr. Presidente da Câmara Municipal de Lamego e outros elementos da autarquia local.
O encontro começou com uma reunião dos representantes dos Comités Organizadores Paroquiais (COPs), no Museu Diocesano, durante a qual foram apresentadas algumas indicações gerais e um conjunto de objetivos mais práticos. Para continuar os trabalhos iniciados nesse momento, informou-se que, na primeira segunda-feira de cada mês, haverá uma reunião (online) com todos os representantes dos COPs.
O anúncio das JMJ 2023, ainda no Panamá (2019), veio com a exortação a sermos peregrinos, seguindo o exemplo de Maria: “Levantou-se e partiu apressadamente”. Sem fronteiras e sem limites, assim nos diz o Papa Francisco. Nesse espírito, a celebração iniciou-se com a entrega das bandeiras de vários países por parte de um elemento de cada paróquia da Diocese de Lamego. Num gesto simbólico, receberam em troca a bandeira das JMJ 2023. O elevar das bandeiras representativas de cada país, reflexo da união e do espírito missionário, gerou um dos momentos mais efusivos e espontâneos da celebração: melhor augúrio não seria possível.
A verdadeira Jornada, contudo, decorre dentro de cada um de nós, passo a passo, com avanços e recuos. O “sim” do peregrino não é mais que a exteriorização do que já avança dentro de si. Por consequência, não terá sido de estranhar quando as letras “JMJ” foram levadas ao altar. “Maria”, em diversos idiomas, foi o nome nelas entalhado, remetendo-nos para o seu “Sim” como razão para que se faça luz: bastante literalmente, no âmbito desta dinâmica, com o iluminar do interior das letras “JMJ”.
Mas para onde partiu Maria “apressadamente”? Qual a primeira jornada que nos dá a conhecer a Bíblia depois do seu “Sim”? É no Evangelho segundo São Lucas (Lc 1, 39-45) que encontramos a visita de Maria a sua prima Isabel, também ela grávida.
Saudou Isabel: “Bendita és tu entre as mulheres, e bendito o fruto do teu ventre!” Na sua disponibilidade e preocupação para com os demais, ao colocar-se a caminho Maria expressou o seu amor e demonstrou o seu compromisso. Ficou e fica o desafio aos nossos paroquianos, e em particular aos nossos jovens: qual o compromisso que, no caminho desta Jornada, assumo para mim e para os outros? Também as nossas dúvidas foram as dela. E por isso, após a reflexão bíblica de D. António Couto, que nos “entalou” entre o quadro da anunciação e o da visitação, foi a Maria que os presentes dirigiram as suas preces, pela voz de um jovem de cada arciprestado: pelos adolescentes; pelos jovens estudantes e pelos jovens trabalhadores; pelos jovens que rumam à JMJ; pelo Papa Francisco e pelos nosso Bispo… e pelo Sínodo que vivemos, para que a ternura, amor e respeito de Maria não deixem de estar presentes.
Não estamos sós, jamais estivemos! As JMJ 2023 são uma continuidade, um “até agora”, demonstrado no resumo apresentado, em vídeo e voz, de como surgiram e do seu percurso até aqui: não apenas geográfico, mas, principalmente, do que mais caracterizou cada uma. A acompanhar, um mapa-mundo marcou, com o acender de uma luz, cada uma das JMJ, seguindo a sua menção, desde o Domingo de Ramos de 1984 em Roma (o embrião do que, no ano seguinte, se viria a tornar as Jornadas Mundiais da Juventude) até ao Panamá, em 2019, onde o Papa Francisco apresentou Maria como a maior influencer da História.
Por fim, a nossa luz: Portugal, 2023! Um convite a todos nós para partirmos “apressadamente, mas não ansiosamente”, nas palavras do Papa Francisco, referidas por D. Américo Aguiar.
Desejamos viver e acolher: participar como peregrinos e como anfitriões. Assim o representaram as bandeiras de cada país anfitrião das JMJ, às quais se juntou agora a de Portugal. Assim o representou a entrega das cruzes das JMJ 2023 a cada CÔA (Comité Organizador Arciprestal). E assim o representou, também, a saída pela cidade de Lamego, culminando na inauguração de um outdoor da JMJ, perto do início do escadório, para fazer chegar esta mensagem a muitos outros e nos recordar constantemente do chamamento: LEVANTA-TE E VAMOS!
Inês Montenegro, COD Lamego,
in Voz de Lamego, ano 92/15, n.º 4646, 23 de fevereiro de 2022