No último fim-de-semana, 14 a 16, decorreu no Seminário Maior de Lamego um retiro direcionado aos seminaristas menores da nossa diocese, Carlos, Hugo e Tiago. O retiro foi orientado pelo Diretor Espiritual do Seminário, Pe. Aniceto Morgado.
Com o tema: “Maria, modelo de vocação e missão”, o retiro iniciou-se no dia 14, sexta-feira, com a celebração Eucarística. Nessa noite foi visualizado o filme “O feiticeiro do Céu: A vida do Santo Cura d’Ars”, um belo, extraordinário e desafiante exemplo de vida, convidando à perseverança e a confiá-la inteiramente a Deus.
O Cónego João António Teixeira, Reitor do Santuário de Nossa Senhora dos Remédios, condiscípulo do Pe. Aniceto, no dia 15 presenteou-nos com um encantador testemunho sacerdotal. Nesse testemunho, uma das muitas frases que nos chamou a atenção foi a citação de S. Bernardo: “A cabeça da Igreja é Cristo, o corpo são todos os cristãos (pecadores) e o pescoço é Maria, pois é aquela que nos una a Cristo”.
Meditámos sobre “A fé, humildade, esperança e o amor de Maria”, que impelia a termos a vontade de seguir o seu exemplo na vida de cada dia. Muitas vezes pensamos como melhor podemos honrar Maria, mas foi neste retiro que obtivemos a resposta a essa dúvida: “a melhor forma de a honrarmos é imitá-la”. Querer imitá-la não é torná-la superior a Cristo, mas procurar chegar por Ela até Ele. Podemos dizer que Maria é a melhor “autoestrada” que nos leva a Cristo e à vida eterna.
Nesse mesmo dia fizemos uma Via-Sacra com Maria, em que não ficámos indiferentes à sua dor, tristeza e angústia que sentiu ao ver Jesus desde a sua condenação, crucificação e morte.
No domingo, dia 16, mais uma vez, fomos convidados a imitar Maria como modelo de vida, aprendendo as suas virtudes, desde a paciência à aceitação da vontade de Deus, que fez dela a Mãe do Supremo Amor, com uma fé viva e coragem para se encontrar com o Senhor. Assim podemos dizer que Maria é a «Tesoureira» de Cristo e despenseira de todas as Graças.
Com a Eucaristia encerrámos o nosso retiro; começar com Cristo é abrir-nos a uma maior riqueza espiritual, aquela que Maria nos ensina, conduzindo-nos sempre à vontade de Deus, procurando, agora nós, fazer dessa vontade a nossa própria vontade.
Assim poderemos dizer que, como Ele juntou as águas e lhes chamou «mar», de igual modo juntou todas as Graças e chamou-lhes «Maria».
Seminaristas Carlos, Hugo e Tiago, in Voz de Lamego, ano 92/47, n.º 4677, 19 de outubro de 2022