D. António de Castro Xavier Monteiro

A história das famílias, das comunidades e dos povos é feita e expressa por pessoas. Os acontecimentos são relevantes, marcam cadências, balizam fronteiras, fazem avançar e progredir o tempo. Todavia são as pessoas que assumem os momentos e intervêm, mais ativa ou mais passivamente, para que a história registe marcas intemporais e características específicas, sendo possível verificar, mais tarde, como foi possível aquela situação, como se viveu aquele tempo, como se fez para que as fragilidades e os contratempos não impedissem o caminho, o compromisso e a transformação de comunidades e das pessoas.

D. António de Castro Xavier Monteiro é um rosto (ainda) bem conhecido das nossas gentes, das pessoas da nossa mui e nobre diocese de Lamego. Tomou posse da diocese de Lamego, a 8 de outubro de 1972, há cinquenta anos, e exerceu o seu magistério, como Bispo de Lamego, até 5 de janeiro de 1995, vindo a falecer a 13 de agosto de 2000. Um pontificado mais ou menos longo, de vinte e dois anos e alguns meses.
É sobre o Arcebispo-Bispo de Lamego, que agora, vem à estampa este livro, este trabalho, do Pe. João Carlos, cónego do Cabido da Sé e Pró Vigário da Diocese de Lamego, um dos muitos sacerdotes ordenados por D. António de Castros Xavier Monteiro. O Pe. João Carlos foi ordenado sacerdote, em Castro Daire, a 4 de julho de 1992. O livro é também um tributo agradecido ao Bispo que o ordenou.

O nosso Bispo faz a apresentação do livro e logo D. António Couto diz-nos com o que podemos contar, dizendo que o Cónego João Carlos quis, “num gesto belo de gratidão, recordar a figura deste ilustre Prelado… por isso e para isso, escreveu esta obra em que desenha as traves mestras do Episcopado de D. António de Castro Xavier Monteiro. Divide-se o livro em três capítulos: Evangelização (1), Promoção (2), Renovação (3), que correspondem aos três pontos fundamentais da homilia da Eucaristia que marcou a entrada solene do Prelado na Diocese de Lamego”.
Por sua vez, o Pe. João Carlos, na introdução ao livro, diz-nos que o elaborou “a partir da documentação do Arquivo Diocesano de Lamego”, tendo sido “possível compilar a informação agora exposta”. E prossegue, dizendo que a obra parte, precisamente, das linhas programáticas que D. António Monteiro apresentou na homilia de entrada na diocese, há cinquenta anos.

Depois da apresentação e da introdução, e antes de entrar nos três capítulos (ou três partes) é-nos, ainda servida uma breve resenha biográfica-pastoral do Arcebispo-Bispo de Lamego, entres 1972 e 1995, ajudando a situar historicamente o seu pontificado, a partir de algumas traves mestras, momentos, celebrações, acontecimentos, ligando aos antecessores, mas também à experiência episcopal em Vila Real e em Lisboa, como Bispo Auxiliar. Quando eleito para Lisboa, como Auxiliar, juntou o nome e o título de Arcebispo de Mitilene, que ele sempre presou no seu porte, simpaticamente, aristocrático. A D. António de Castro Xavier Monteiro coube dirigir a diocese na sua transição conciliar, implementando as orientações conciliares e num período de espera pelo novo Código de Direito Canónico. Foi também no seu pontificado, como sublinha o autor que se deu a mudança de regime, com o 25 de abril de 1974, e a entrada de Portugal na CEE (atualmente, União Europeia – EU), em 1986.

O livro resulta da recolha de documentação, mas também do conhecimento pessoal do autor, partilhando um ou outro episódio. Além do conteúdo textual, o livro apresenta também um bom álbum fotográfico, o que nos permite visualizar pessoas, celebrações, encontros, com a presença do Sr. Arcebispo-Bispo, juntos de leigos e sacerdotes e também de futuros bispos, ainda eram padres, D. António Rafael, D. Jacinto Botelho, D. António Francisco dos Santos.
Numa das páginas do livro, caberá a um seu sucessor, D. Jacinto Botelho, traçar o perfil psicológico de D. António, a partir da cruz que transportou: “Sofreu muito a partir do momento que tomou consciência da doença gravíssima, de que afinal até nem veio a falecer, mas nunca o manifestou, nem aos mais íntimos”. A partir desta “análise”, o Pe. João Carlos falar-nos-á também os cireneus que D. António escolheu para o acompanharem no seu calvário.
O acervo documental sobre a figura deste ilustre Prelado prestigia também o nosso jornal, a Voz de Lamego que, hoje como ontem, é um importante veículo de comunicação, de informação, de formação e de história, da diocese e da região.

Damos novamente a palavra ao nosso Bispo, D. António Couto, que a finalizar a apresentação deste livro, agradece ao autor: “Cumpre-me agradecer ao Sr. Cónego João Carlos este belo trabalho de tirar do Arquivo esta ilustre figura do Episcopado de Lamego. Sei que é, da parte do autor, um ato de gratidão para com o Bispo que há cinquenta anos entrou em Lamego, e vinte anos depois o veio a ordenar sacerdote. A mesma gratidão manifesto eu hoje ao Autor por nos disponibilizar estas vivências pastorais de uma alma tão nobre como é D. António de Castro Xavier Monteiro”.
No dia 4 de dezembro, na sede da Obra Kolping, haverá lugar a uma homenagem a D. António de Castro, até pela ligação próxima do Prelado a esta obra. Será também apresentado o livro do Pe. João Carlos.
A receita do livro reverte a favor das obras do Seminário Maior de Lamego.

 

in Voz de Lamego, ano 93/01, n.º 4680, 9 de novembro de 2022

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