No passado dia 8 de dezembro, dia em que se celebra a Imaculada Conceição da Virgem Maria, foi também dia de agradecer. De todas as idades, foram centenas os que se juntaram na Igreja Paroquial de Santa Maria Maior de Almacave para recordar um “sim”, que há 50 anos deu início à caminhada sacerdotal do nosso querido Pe. José Guedes. Ao seu lado celebrou também o seu colega e amigo Pe. Adriano Cardoso, e recordou-se de forma muito especial D. António Francisco dos Santos.
De todos os caminhos que poderia ter seguido, em toda a sua liberdade, escolheu o projeto que Deus tinha para si, entregando o homem que sempre foi nas mãos do Mestre e fazendo-se instrumento da sua vontade. E foi pela sua vontade que, dos 50 anos passados enquanto sacerdote, cerca de 33 foram vividos ao leme da paróquia de Santa Maria Maior de Almacave. Para ele foram 33, mas para tantos de nós é já uma vida inteira. E tem sido uma história sempre vivida aos pés da Mãe. Uma história atravessada por tantos rostos e tantas histórias de tanta gente que consigo foi fazendo caminho e foi dando forma à obra que foi pondo em movimento.
De todos os títulos que lhe costumam servir de adereço, aquele que mais o deixa feliz é o de ser conhecido como o “Zé da Zezinha”, e eu diria que, de todos, e provavelmente com a marca deste último, o que melhor o carateriza é o da amizade. E foi bem visível no passado dia 8, a enorme corrente de amizade que soube construir. A igreja encheu-se de gente, que fez questão de marcar presença para dar graças. “A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos”… nunca esta frase se fez tão presente como nos dias de hoje. Que esta marca tão bela de 50 anos vividos ao serviço do Senhor seja o mote para que a estrada se faça de mais “sins”, meus e teus, e não de gente que vive parada à espera do “sim” dos outros para que o caminho se faça. Que saibamos todos entregar aquilo que somos nas mãos do Pai, na certeza de que, sem Ele nada conseguiremos fazer. Obrigada meu querido Pe. José Guedes pelo testemunho, pela amizade, e pela entrega. Que possamos continuar juntos a fazer caminho, e que Cristo continue a ser o clarão que alumia a nossa história.
Catarina Gonçalves, in Voz de Lamego, ano 93/06, n.º 4685, 14 de dezembro de 2022