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2013...
O Papa do fim do Mundo
“Sabeis que o dever do Conclave é de dar um bispo a Roma, parece que os meus irmãos cardeais foram buscá-lo quase ao fim do mundo, mas eis-me aqui.
E antes de mais, quero fazer uma oração pelo nosso bispo (de Roma) emérito, Bento XVI. Rezemos todos juntos, para que o Senhor o abençoe e Nossa Senhora o proteja.
Rezai por mim.
Boa noite. E bom descanso”.
(14/03/2013 – Vaticano: Discurso na noite da sua eleição)
2014…
O Papa do Diálogo
“Acolhamos a graça especial deste momento. Detenhamo-nos em devoto recolhimento junto do sepulcro vazio, para redescobrir a grandeza da nossa vocação cristã: somos homens e mulheres de ressurreição, não de morte. (…) Claro, não podemos negar as divisões que ainda existem entre nós, discípulos de Jesus: este lugar sagrado faz-nos sentir o drama com maior sofrimento. (…) Estamos cientes de que ainda falta percorrer mais estrada para alcançar aquela plenitude da comunhão que se possa exprimir também na partilha da mesma Mesa eucarística, que ardentemente desejamos; mas as divergências não devem assustar-nos e paralisar o nosso caminho.
Santidade, amado Irmão, e vós todos, queridos irmãos, ponhamos de parte as hesitações que herdámos do passado e abramos o nosso coração à ação do Espírito Santo, o Espírito do Amor (cf. Rm 5, 5), para caminharmos, juntos e ágeis, rumo ao dia abençoado da nossa reencontrada plena comunhão.
(25/05/2014 – Santo Sepulcro, Jerusalém: Celebração ecuménica por ocasião do 50ª aniversário do encontro em Jerusalém entre o Paulo VI e o Patriarca Atenágoras)
2015…
O Papa dos Desprotegidos
“O vosso amado país vive há demasiado tempo numa situação de violência e insegurança, da qual muitos de vós são vítimas inocentes. A finalidade da minha visita é antes de tudo levar-vos, em nome de Jesus, o alívio da consolação e da esperança. Desejo de todo o coração que a minha visita possa contribuir, de um modo ou de outro, para curar as vossas feridas e abrir um futuro mais sereno para a África Central e para todos os seus habitantes.
(24/11/2025 – Mensagem do Papa na véspera da Viagem Apostólica à República Centro-Africana)
2016…
O Papa da Misericórdia
Peçamos, também nós, o dom desta memória aberta e viva. Peçamos a graça de não fechar jamais as portas da reconciliação e do perdão, mas saber ultrapassar o mal e as divergências, abrindo todas as vias possíveis de esperança. Assim como Deus acredita em nós próprios, infinitamente para além dos nossos méritos, assim também nós somos chamados a infundir esperança e a dar uma oportunidade aos outros. Com efeito, embora se feche a Porta Santa, continua sempre escancarada para nós a verdadeira porta da misericórdia que é o Coração de Cristo. Do lado trespassado do Ressuscitado jorram até ao fim dos tempos a misericórdia, a consolação e a esperança.
(20/11/2016 – Roma: Homilia da Missa de encerramento do Jubileu da Misericórdia)
2017…
O Papa de Maria
“A Virgem Mãe não veio aqui, para que A víssemos; para isso teremos a eternidade inteira, naturalmente se formos para o Céu.
No crer e sentir de muitos peregrinos, se não mesmo de todos, Fátima é sobretudo este manto de Luz que nos cobre
Queridos peregrinos, temos Mãe, temos Mãe!”
(13/05/2017 – Fátima, Missa de canonização dos pastorinhos Francisco e Jacinta)
2018…
O Papa da Família
“Gosto de dizer que, nas famílias, precisamos de aprender três palavras: «desculpa», «por favor» e «obrigado». Quando tiveres discutido em casa, certifica-te, antes de ir dormir, que pediste desculpa dizendo que sentes pesar pelo sucedido. Antes que termine o dia, fazei a paz. E sabeis por que é necessário fazer a paz antes de terminar o dia? Porque se não se faz a paz, no dia seguinte, a “guerra fria” é muito perigosa! Estai atentos com a guerra fria na família! Mas talvez tu às vezes ficaste com raiva e te sentes tentado a ir dormir noutro quarto, sozinho e isolado; se te sentes assim, bate simplesmente à porta e diz: «Por favor, posso entrar?» Basta um olhar, um beijo, uma palavra doce... e tudo volta a estar como antes! Digo isto porque as famílias, quando o fazem, sobrevivem. Não existe uma família perfeita. Sem o hábito do perdão, a família cresce doente e gradualmente desmorona-se”.
(25/08/2018 – Dublin, Irlanda: IX Encontro Mundial das Famílias)
2019…
O Papa da Fraternidade
“A história afirma que o extremismo religioso e nacional e a intolerância geraram no mundo, quer no Ocidente quer no Oriente, aquilo que se poderia chamar os sinais duma «terceira guerra mundial aos pedaços»; sinais que, em várias partes do mundo e em diferentes condições trágicas, começaram a mostrar o seu rosto cruel; situações de que não se sabe exatamente quantas vítimas, viúvas e órfãos produziram. Além disso, existem outras áreas que se preparam a tornar-se palco de novos conflitos, onde nascem focos de tensão e se acumulam armas e munições, numa situação mundial dominada pela incerteza, pela deceção e pelo medo do futuro e controlada por míopes interesses económicos”.
(04/02/2019 – Abu Dabhi, Emirados Árabes Unidos: Documento sobre a Fraternidade Humana)
2020…
O Papa da Esperança
“E, neste barco, estamos todos.
A tempestade desmascara a nossa vulnerabilidade e deixa a descoberto as falsas e supérfluas seguranças com que construímos os nossos programas, os nossos projetos, os nossos hábitos e prioridades.
Com a tempestade, caiu a maquilhagem dos estereótipos com que mascaramos o nosso «eu» sempre preocupado com a própria imagem (…).
O Senhor interpela-nos e, no meio da nossa tempestade, convida-nos a despertar e ativar a solidariedade e a esperança, capazes de dar solidez, apoio e significado a estas horas em que tudo parece naufragar. O Senhor desperta, para acordar e reanimar a nossa fé pascal. Temos uma âncora: na sua cruz, fomos salvos. Temos um leme: na sua
cruz, fomos resgatados. Temos uma esperança: na sua cruz, fomos curados e abraçados, para que nada e ninguém nos separe do seu amor redentor”.
(27/03/2020 – Praça de São Pedro vazia, Covid 19)
2021…
O Papa dos Refugiados
"Se queremos recomeçar, olhemos sobretudo os rostos das crianças. Tenhamos a coragem de nos envergonhar à vista delas, que são inocentes e constituem o futuro (...). O Mediterrâneo, que uniu durante milênios povos diferentes e terras distantes, está se tornando um cemitério frio sem lápides. Esta grande bacia hidrográfica, berço de tantas civilizações, agora parece um espelho de morte. Não deixemos que o mare nostrum se transforme num desolador mare mortuum, que este lugar de encontros se transforme no palco de confrontos. Não permitamos que este «mar das memórias» se transforme no «mar do esquecimento». Por favor, paremos este naufrágio de civilização!" (…) "nas margens deste mar, Deus se fez homem. Ele ama-nos como filhos e quer-nos irmãos".
(05/12/2021 – Lesbos, Grécia: visita ao campo de acolhimento de migrantes)
2022…
O Papa da Paz
“Por isso acolhei, ó Mãe, esta nossa súplica:
Vós, estrela do mar, não nos deixeis naufragar na tempestade da guerra;
Vós, arca da nova aliança, inspirai projetos e caminhos de reconciliação;
Vós, «terra do Céu», trazei de volta ao mundo a concórdia de Deus;
Apagai o ódio, acalmai a vingança, ensinai-nos o perdão;
Libertai-nos da guerra, preservai o mundo da ameaça nuclear;
Rainha do Rosário, despertai em nós a necessidade de rezar e amar;
Rainha da família humana, mostrai aos povos o caminho da fraternidade;
Rainha da paz, alcançai a paz para o mundo”.
(25/03/2022 – Roma: consagração ao Imaculado Coração de Maria, da humidade, especialmente da Rússia e da Ucrânia)
2023…
O Papa dos Jovens
“Jovens e velhos, sãos e doentes, justos e pecadores: todos, todos, todos. Na Igreja há lugar para todos. Mas padre, eu sou um desgraçado, sou uma desgraçada, há lugar para mim? Há lugar para todos. Todos juntos. Cada um na sua língua, repitam comigo: Todos! Todos! Todos! Essa é a Igreja. A Mãe de todos. Há lugar para todos. O Senhor não aponta com dedo, mas sim abre os seus braços.”
(03/08/2023 – Parque Eduardo VII, Lisboa: Jornada Mundial da Juventude)
2024…
O Papa da Sinodalidade
“Vimos de todas as partes do mundo, marcados pela violência, pela pobreza, pela indiferença. Juntos, com a esperança que não desilude, unidos no amor de Deus difundido nos nossos corações, podemos não só sonhar com a paz, mas empenharmo-nos com todas as nossas forças para que, mesmo sem falar muito de sinodalidade, a paz se realize através de processos de escuta, de diálogo e de reconciliação. A Igreja sinodal para a missão precisa, agora, que as palavras partilhadas sejam acompanhadas de fatos. Este é o caminho”.
(26/10/2024 – Vaticano: Saudação final da XVI Assembleia Geral do Sínodo sobre a Sinodalidade)
2025…
O Papa doente e dos doentes
“Com efeito, no momento da doença, se por um lado sentimos toda a nossa fragilidade – física, psíquica e espiritual – de criaturas, por outro lado experimentamos a proximidade e a compaixão de Deus, que em Jesus participou do nosso sofrimento. Ele não nos abandona e, muitas vezes, surpreende com o dom de uma tenacidade que nunca pensámos possuir e que, sozinhos, não teríamos encontrado.
A doença torna-se então a oportunidade para um encontro que nos transforma, a descoberta de uma rocha firme na qual descobrimos que podemos ancorar-nos para enfrentar as tempestades da vida (…). Por isso se diz que a dor traz sempre consigo um mistério de salvação, porque nos faz experimentar, de forma próxima e real, a consolação que vem de Deus”.
(14/01/2025 – São João de Latrão, Roma: Mensagem do Papa para o XXXIII Dia Mundial do Doente)
Pe. Diamantino Alvaíde