Chamávamos-lhe Padre Zelito, era Missionário Espiritano, natural desta paróquia e o Senhor chamou-o a Si há pouco mais de um ano; depois de lhe celebrar o aniversário da morte, a sua Congregação apressou-se a fazer-lhe uma homenagem na Penajóia, a sua terra natal. Fê-lo no dia 30 de Dezembro.
Vieram espiritanos homenagear o seu irmão missionário, desde o Bispo Emérito de S. Tomé e Príncipe, D. Abílio Ribas, que é Espiritano, o P.e Tony Neves, Superior Provincial de Portugal e alma mater desta homenagem, o P.e Pedro Fernandes, 1º Assistente Provincial dos Espiritanos em Portugal, o P.e Óscar Moura Guedes, também Espiritano e natural da Penajóia, quase duas dezenas de colegas de Missão e trabalho, três dos últimos Párocos da Penajóia, que conviveram e acompanharam a actividade missionária do P. e Zelito. A presidir à Eucaristia, esteve o nosso Bispo de Lamego, D. António Couto, e não faltou D. Jacinto Botelho, bem conhecido na sua e nossa Diocese de Lamego. Muitos leigos, vindos de vários lugares se associaram à homenagem que era de saudade e gratidão pelo trabalho e convivência com o P. Zelito. Como não podia deixar de ser, associou-se a paróquia da Penajóia, que muito fica a dever ao seu filho missionário, que a família chorou, os amigos hão-de lembrar e todos puderam homenagear nesse dia.
Abriu a sessão de homenagem o P. Tony Neves, que colocou diante nós a Missão e, nela, a missão do P.e Zelito, a quem dedicou todo o espaço de uma revista, profusamente difundida antes e no fim da celebração; seguiu-se palavra do P.e Pedro Fernandes, e a figura do homenageado foi realçada como a de um missionário que se entregou «de corpo inteiro» ao seu trabalho na Igreja, como havia dito também o P.e Tony Neves.
A concelebração rematava a parte mais importante da homenagem; já dissemos que presidiu o nosso Bispo, que numa bela homilia pôs diante de nós a celebração da Sagrada Família e explicou com beleza e sabedoria o significado do nome das pessoas que intervieram na apresentação de Jesus no Templo de Jerusalém, o texto do dia. Como Bispo que conhece bem o trabalho missionário, a sua palavra e testemunho sobre o P. Zelito foi o coroar de uma celebração/homenagem que a Congregação quis prestar a um dos seus membros que serviu de alma coração o trabalho a que se dedicou e lhe foi confiado. Durante a Eucaristia, os sobrinhos do P.e Zelito prestaram a sua homenagem ao tio amigo e missionário, apresentando uma coreografia simples mas cheia de significado. Os mais pequenos participaram no cortejo das Oferendas e levaram ao Altar símbolos e realidades que exprimiam a actividade do P. Zelito e a celebração na festa da homenagem que lhes prestavam. Uma das irmãs agradeceu em nome da Família a presença de todos. E uma série de testemunhos deu a conhecer a todos algumas facetas da vida e acção do P.e Zelito, desde a Paróquia, a vida com a Família, o contacto e acção com os vários Núcleos de Jovens e Adultos que o P. Zelito acompanhou e a que deu muito do seu esforço e dedicação à causa missionária, que é a causa da Igreja.
O Pároco da Penajóia, P. José Fernando Mendes, agradeceu a presença de todos, convidando-os também para um convívio no Salão Paroquial, que foi um bom momento de encontro com os amigos que vieram de tantos lugares e alguns emigrantes que puderam recordar tempos de vida que ainda não esqueceram.
Pe. Armando Ribeiro, in Voz de Lamego, ano 88/05, n.º 4442, 2 de janeiro de 2018